O Atlético do segundo tempo foi a melhor formação encontrada por Carpegiani até agora. Antes, porém, nos preparativos da semana depois da péssima apresentação frente ao Palmeiras e na mais recente escalação da equipe, o técnico lançou o jovem atacante Marcelo que estava fora do time há muito tempo e parecia fora dos planos. Ambos acabaram se desgastando perante a torcida que não poupou vaias ao jogador, que sentiu a falta de melhor condicionamento técnico, tendo participação apagada, e ao treinador.
Marcelo é bom jogador, tem futuro e não deveria correr o risco de ser queimado diante da torcida por mais um capricho de Carpegiani.
O Flamengo tirou proveito do desequilíbrio na meia-cancha adversária com carência de um meia armador de qualidade já que Paulo Baier é ponta de lança, dominou as ações e criou oportunidades de gol, evitadas pela perícia do goleiro Neto. Nos contra-ataques o Furacão fustigou, especialmente com Maikon Leite, que realizou admirável atuação e foi o ponto de referência do ataque. Chegou a sofrer um pênalti não assinalado pela arbitragem.
Na etapa complementar, a troca de Marcelo por Branquinho e, sobretudo, a garra dos jogadores determinou a recuperação coletiva da equipe, que conseguiu jogar bem, diminuindo a quantidade de passes errados e aumentando a pressão sobre o Flamengo, que resistiu até onde pode.
Em corner excepcionalmente cobrado por Paulo Baier, Manoel desviou de cabeça e marcou o gol da dramática vitória atleticana.
Foi um resultado merecido pela raça dos jogadores e o entendimento demonstrado no transcorrer do segundo tempo. Esta formação que superou os cariocas representa um novo alento a fervorosa torcida que lotou a Arena da Baixada.
Um passo atrás
A humilhante goleada sofrida diante do Ipatinga, entre os mais fracos times do campeonato, representou um passo atrás na boa campanha que o Coritiba vem desenvolvendo.
Foi um desastre sob todos os aspectos, pois revelou o desencontro da meia-cancha que vinha se constituindo no ponto alto da equipe e, sobretudo, a fragilidade do corpo defensivo, com atuações individuais muito abaixo do razoável. Sinal de que o alto comando do Coxa não deve perder de vista as deficiências existentes, as quais só deixaram de aflorar em outras ocasiões pela singeleza técnica da maioria dos concorrentes nesta temporada.
Mas se até agora havia sabido tirar proveito dos reduzidos recursos técnicos dos adversários, não se compreende a falta de atenção e até mesmo de maior dedicação na partida com o fraco Ipatinga. Ou será que o time coxa-branca só reage sob pressão e frente a rivais aos quais dedica maior respeito dentro de campo?
Tudo isso precisa ser bem examinado pelo técnico Ney Franco, tendo em vista a chacoalhada que representou o escore de 5 a 1 no sábado.
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