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Alguns comentaristas aplicam, de vez em quando, um conceito curioso: derrota pedagógica.

Trata-se de um resultado negativo que deveria ser aproveitado para melhorar o rendimento coletivo, o posicionamento dos jogadores em campo. Lições amargas que poderiam servir para a recuperação do time no restante do campeonato.

Pois bem. O Atlético colheu, em Buenos Aires, uma vitória didática.

Muitas foram as experiências vividas pelo time de Paulo Autuori no gramado molhado do Nuevo Gasómetro. Todas podem ser aproveitadas para melhorar o padrão de jogo, para tentar encontrar uma solução para o meio de campo capenga e, em última análise, usar as próximas três semanas para recompor a equipe que vem se superando esplendidamente na Libertadores da América.

O primeiro tempo do Furacão foi muito bem jogado, com os alas se apresentando no apoio ao ataque com eficiência, com destaque a Sidcley que jogou uma grande partida e fez o cruzamento perfeito para o cabeceio certeiro de Lucho González; aproximação da meia-cancha com o ataque que desperdiçou algumas oportunidades para ampliar o escore.

Nikão finalizou mal depois de bela trama ofensiva e Lucho González teve outras duas boas chances para marcar.

Mas o segundo tempo foi totalmente dominado pelo San Lorenzo. Mais na base da vontade e da necessidade do que por predicados técnicos salientes. Nervoso, o time argentino errou à vontade e foi favorecido por uma penalidade máxima inventada pela arbitragem. Menos mal que o batedor chutou para fora, com o goleiro Weverton, o melhor jogador em campo, já batido no lance.

Repetiu-se a deficiência da meia-cancha de não conseguir circular a bola e de encontrar extrema dificuldade para aliviar o trabalho da zaga.

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Tem sido cada vez mais usado o termo compactar para descrever o retorno e a reaproximação dos jogadores de marcação quando o time perde a bola. Como o Furacão perdeu praticamente todos os rebotes – os boleiros que viraram comentarista de tevê chamam o rebote de “segunda bola”, como se existisse mais de uma bola no campo – o que se viu foi um cerco do adversário em torno da grande área atleticana.

Fez lembrar um daqueles filmes faroeste com os índios cercando o forte e não conseguindo derrubar o portão.

Compactar substitui congestionar o meio de campo. Se for adotado por um técnico de prestígio, como é o caso de Paulo Autuori, será entendido como cautela defensiva eficiente; por um treinador de menor expressão, será a velha e nada boa retranca.

Foi um grande sufoco, mas valeu o esforço de todos e a soma dos três pontos fora de casa, recuperando o tropeço da estreia na Arena da Baixada.

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