Os torcedores que sofreram e vibraram com a penosa passagem do Atlético para a fase de grupos da Libertadores terão pouco tempo para curtir o triunfo, pois vem mais por aí e quinta-feira será dia de voltar à Vila Capanema. Antes tem o jogo com o Coritiba que, pelas circunstâncias das equipes e do próprio campeonato, não deveria ser chamado de Atletiba: não reúne os quesitos necessários da tradição e da grandeza do clássico.

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No complexo jogo de anteontem, diante do brioso, porém tecnicamente limitado Sporting Cristal, após a péssima apresentação atleticana no primeiro tempo, Miguel Angel Portugal foi justamente cobrado pela torcida. O treinador foi infeliz na escalação e na montagem da estratégia de jogo, afinal, pretender contar com o esforçado Zezinho como organizador do meio de campo e Douglas Coutinho como homem de ligação foi coisa de principiante. Sem organização tática, sem valorizar a posse de bola e jogando apenas na base de chutes longos que dificultaram a exploração dos seus bons atacantes, o Furacão feneceu.

Reagiu um pouco na etapa final, mas muito pouco. Com o empate e a aproximação do final da partida instalou-se na arquibancada o drama e no campo o desespero. Mas, mesmo fazendo tudo errado, o jovem time conseguiu salvar-se no instante derradeiro, quando o árbitro paraguaio Antonio Arias – impecável no plano disciplinar – flagrou o pênalti cometido pelo zagueiro peruano.

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Chamado à responsabilidade, o baixinho Éderson não negou fogo, repetindo a dose na cobrança da penalidade na série extra. Ele, ao lado do goleiro Weverton e do zagueiro Manoel, constituíram-se nos heróis de uma equipe tecnicamente sofrível, mas com muita garra e vontade de acertar.

O caminho será árduo como sempre foi em todas as edições da Libertadores, nem tanto pelo peso dos próximos adversários, mas pelas próprias restrições do seu elenco, com a ausência de jogadores com maior envergadura técnica na composição da meia-cancha.

Claro que Paulo Baier e Everton fizeram falta, mas não adianta chorar pelo leite derramado e seria bem vindo o esforço dos dirigentes na contratação de pelo menos um meia armador qualificado que pudesse trabalhar a bola com os alas – ambos ainda em fase de adaptação – para que ela chegasse aos atacantes Marcelo e Éderson à feição para os arremates a gol.

Estou tentando dizer que se recuperar o poder de circulação da bola pelo meio e jogar com a mesma determinação de quarta-feira, o Furacão poderá se dar bem na próxima fase diante do rigoroso equilíbrio de forças entre a quase totalidade dos times sul-americanos.

Dos rivais, pelo respeitável retrospecto na competição o argentino Vélez Sarsfield é o mais forte, e não o boliviano The Strongest – apesar do nome – e muito menos o peruano Universitario que são tão franco atiradores quanto o Atlético.

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