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Vasco e Coritiba foram iguais e o título ficou com os cariocas pela sutileza do regulamento da competição que premia a equipe que marca maior número de gols fora de casa.

Sem Leandro Donizete e não desejando correr risco, o técnico Marcelo Oliveira modificou o desenho tático da meia-cancha escalando um terceiro vo­­lante – Marcos Paulo – e manteve Marcos Aurélio no banco. Com o gol de Alecsandro, em grave falha coletiva do sistema defensivo, obrigou Marcelo Oli­­veira a voltar ao esquema original. O time acusou o golpe, mas logo se recompôs e passou a dominar as ações até o final. O que tirou o título do Coxa foi o inesperado segundo gol do Vas­­co, em lance de pura infelicidade de Éd­­son Bastos. A vida de go­­leiro é cruel: desce do céu ao in­­ferno num átimo. Foi um jo­­go eletrizante e que manteve o espectador atento do primeiro ao último minuto, valorizando muito a decisão da Copa do Brasil.

O torcedor coxa-branca ficou com aquele gosto amargo da vitória que significou derrota. Lembrei da mesma sensação vivida pela torcida atleticana há 28 anos, no mesmo Alto da Glória, nas semifinais do Campeonato Brasileiro, quando faltou o terceiro gol para o Fu­­ra­­cão eliminar o Flamengo de Zico, Leandro, Júnior, An­­drade, Adílio, Ti­­ta e outros de um time perfeito que se sagrou campeão de tudo. Mas são essas vitórias amargas que ensinam e engrandecem um clube.

No passado, por circunstâncias culturais do futebol paranaense que, lamentavelmente, até hoje insiste em pensar pequeno, o Atlético perdeu três dos seus principais jogadores – Lino, Washing­­­­ton e Assis –, retornando a vala comum. Levou anos para voltar ao cenário nacional formando um elenco forte, aquele que se sagrou campeão brasileiro pela primeira vez, desmanchado, peça por peça, poucos meses depois da conquista.

O Coritiba deve considerar como altamente positiva a campanha realizada, mantendo a estrutura do departamento de futebol e, so­­bretudo, o elenco, que tem se mos­­trado no mesmo nível dos me­­lhores times do país no momento.

Rodada

O Paraná apresenta-se com novo técnico, logo mais, diante do surpreendente Salgueiro na Vila Capanema. Será o terceiro técnico da temporada de uma equipe que sofreu profundas transformações por causa das dificuldades financeiras do clube e a inexistência de planejamento no futebol. Do­­mingo, no mesmo horário, o Atlé­­tico recebe o Flamengo e o Coritiba visita o Botafogo.

Tecnicamente o Coxa reúne condições de se impor ao irregular Botafogo dentro do Engenhão e voltar com três pontos na sacola. O mesmo não posso dizer do Furacão, que continua padecendo pela ausência de um projeto racional para o seu departamento de futebol, agravado pela inabilidade dos dirigentes na escolha de reforços que entram e saem ao sabor do vento.

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