Nem Vágner Benazzi, nem Marco Aurélio. O Coritiba contratou Gilberto Pereira para a temporada de 2007. O treinador terá como auxiliar técnico Edson Borges que, nos últimos anos, fez um bom trabalho nos juniores, revelando jogadores como Rafinha, Miranda, Anderson Gomes e outros. O novo treinador deve aproveitar todos os jogadores da base. Aqueles com potencial, é claro!
Como conhecedor do futebol paranaense, Gilberto sabe das dificuldades que enfrentará na equipe coxa-branca. O apoio da diretoria e, principalmente, da torcida será fundamental para o sucesso da equipe. No Paranaense deste ano, pela Adap, Gilberto Pereira foi eleito o melhor treinador da competição. Ele é um estudioso do futebol, procura aprimorar seus conhecimentos técnicos e táticos e estagiou com Vanderlei Luxemburgo na equipe do Real Madrid, na Espanha.
Se é para dar chance a um treinador em início de carreira, a escolha foi justa. É, portanto, a oportunidade profissional que Gilberto esperava.
Espetáculo ou vitória?
Em 1974, a Holanda revolucionou o futebol mundial. Para a Copa da Alemanha, Johann Cruyff era o mais conhecido, pois na Olimpíada de Munique, dois anos antes, o meia-atacante foi revelado e mais tarde se consagrou como o melhor jogador da história do futebol holandês. Além de Cruyff, o técnico Rinus Michels contava com grandes jogadores, como Krol, Jansen, Neeskens e Rensenbrink, porém, não conseguiu o título. Perdeu na final para os anfitriões.
Mesmo assim, quando se discute futebol, a famosa seleção da Holanda é lembrada como Laranja Mecânica, em homenagem ao clássico cinematográfico de Stanley Kubrick. Na verdade, até hoje, ninguém soube denominar o sistema tático usado por essa equipe em 74. Seria um 433, 343 ou 361? Cruyff foi um atacante que tinha liberdade para agir em todos os setores do campo. Quanto à marcação, esta era feita por pressão, sempre três holandeses sufocavam o adversário.
Na época, com 18 anos, eu estudava e jogava futebol. No decorrer das sete partidas, pude observar que defesa, meio-de-campo e ataque misturavam-se, confundindo os adversários. Isso foi determinante para minha formação profissional. O que, de certa forma, contribui para a construção de minhas análises hoje.
Já na Copa de 82, na Espanha, a seleção brasileira com Falcão, Zico, Sócrates, Éder e outros proporcionou espetáculos, mas também não conquistou o título. Nem sempre quem apresenta o melhor futebol vence. É melhor ganhar ou dar espetáculo? Prefiro o Brasil da Copa de 70, que fez as duas coisas. Quando o espetáculo não é possível, a vitória é mais importante. Foi o que fez a seleção italiana, nessa última Copa, na Alemanha. Resumindo: o negócio é bola na rede.
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