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O início do jogo contra o Ipatinga foi extremamente favorável ao Paraná Clube e a impressão que se tinha era de que o gol do Tricolor estaria próximo de acontecer. Quis o destino, no entanto, que num erro de posicionamento entre Gabriel, Adoniran e Leandro, o time mineiro não titubeasse e mandasse a bola para o fundo das redes.

Esse gol mexeu na estrutura da equipe paranista, que acabou por desarticular o que havia sido construído até então. Para piorar a situação, Roberto Cavalo teve de substituir Adoniran, que se sentiu mal em campo. No lugar dele entrou Luiz Henrique Camargo, que cometeu alguns erros de passe, contribuindo para a instabilidade do grupo. Além disso, a boa marcação imposta em Rafinha travou a criatividade do Tricolor. Por conta disso, Marcelo Toscano e Adriano, apesar de se esforçarem, nada renderam ofensivamente e a derrota por 1 a 0 na primeira etapa do jogo demonstrou o melhor desempenho dos mineiros.

Na volta para o tempo final, o time paranaense voltou melhor estruturado e, mesmo antes de Rafinha deixar tudo igual, o atacante Adriano já havia feito uma boa jogada que poderia ter sido convertida em gol. A vitória paranista só não foi possível devido a um erro grotesco do árbitro Devarly Lima do Rosário (ES), que anulou um gol legítimo do Tricolor.

O que vale é a taça

Com aumento salarial como reconhecimento pelos serviços prestados, o técnico Dunga segue firme no comando da seleção brasileira, merecidamente. Essa atitude do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, não poderia ser diferente. Afinal, o trabalho desse treinador em todas as competições teve 100% de aproveitamento. Ainda assim, para alguns setores da imprensa especializada, Dunga continua sendo uma incógnita, pois consideram que a seleção ganha, mas não convence, por praticar um futebol sem "brilho", porém vencedor.

Ora, na Copa da Argentina, 1978, o Brasil saiu invicto e Cláudio Coutinho veio com aquela desculpa infeliz para uma situação um tanto incômoda: "Somos campeões mo­­­rais desta Copa". E a taça?

Em outra oportunidade, Telê Santana, dirigindo em 1982, na Copa da Espanha, en­­­cantou o mundo, mas igualmente não conquistou o título. Para muitos, entretanto, foi a melhor seleção já formada no Brasil.

Trilhando esse mesmo caminho, voltando um pouco mais no tempo, os holandeses deram um verdadeiro show na Copa de 1974, com a famosa Laranja Mecânica (também conhecida por Carrossel Holandês), treinada por Rinus Michels e com a liderança em campo de Cruyff, nada conquistou.

Sendo assim, diante de tudo aquilo que representa a Copa do Mundo, Dunga, a exemplo de Felipão, está certo, pois em carro de bombeiro não há lu­­gar para derrotados, assim co­­­mo na história de qualquer es­­­­­porte. É isso.

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