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Terminada a primeira etapa de um jogo vencendo por 3 a 0, no mínimo essa equipe teve competência para ad­­ministrar tal resultado. Pouco im­­porta se o placar foi composto por dois gols de bola parada, porque até onde conheço de futebol esse tipo de jogada faz parte do jogo.

Quem não se lembra daquele gol sensacional do Daniel Alves contra a seleção da África do Sul, pela Copa das Confederações (quando os africanos eram treinados por Joel Santana) que levou o Brasil ao delírio? O lateral cobrou com perfeição a falta que resultou no gol da classificação. Foi esse lance e (não outro) que ficou na me­­mória de todos.

Ora, durante os treinamentos, os técnicos ensaiam jogadas especiais, principalmente, em faltas laterais e nos escanteios, sendo que os dois zagueiros se juntam aos atacantes na tentativa do cabeceio.

Foi exatamente isso que o Atlético pôs em prática na goleada imposta contra o Cianorte, que não estava permitindo finalizações com a bola rolando. A saída encontrada pelo Furacão foi se valer dos fundamentos aplicados exaustivamente nos treinos. É para isso, entre outras coisas, que se contrata um técnico. Não parece óbvio?

O que não falta, no entanto, é quem se apodera do pretexto de que gol de falta é recurso de time que joga mal para desautorizar um trabalho legítimo, planejado, de quem busca alternativa para as si­­tuações mais delicadas da partida.

Antes, é preciso que se tenha não só visão de jogo mas também poder argumentativo para contrapor-se ao óbvio, até mesmo para que não falte legitimidade e força moral aos comentários proferidos.

Ora, desqualificar uma vitória construída pelo placar de 4 a 1 para cujo resultado não tenha trabalhado é, no mínimo, uma postura equivocada e que precisa ser revista.

Nesse sentido, a vitória do Rubro-Negro comprovou a evolução do time de Antônio Lopes, principalmente, no meio de campo, que sofrera um golpe com a contusão de Paulo Baier e que o problema vem sendo contornado com as boas atuações de Alan Bahia e Netinho. Este, aliás, tem recebido apoio do treinador e da torcida, merecidamente.

Na outra mão, o Coritiba continua imbatível. No último jogo, teve habilidade para suportar a pressão, dos primeiros 45 minutos, imposta pelo Operário, exigindo grande desempenho do goleiro Edson Bastos, que quando não conseguiu defender, a trave o salvou.

A rigor, a equipe coxa-branca teve uma única oportunidade efetiva de gol, com o meia Enrico cabeceando por cima do travessão, pondo fim ao tempo inicial. Menos mal para o Verdão, pois o Marcos Aurélio, que até então esteve apagado, abriu o placar.

Com a vantagem, o Coxa teve tranquilidade para administrar o jogo, ao contrário do Fantasma que não repetiu a mesma atuação inicial, apesar da luta empenhada. É isso.

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