Johannesburgo - A seleção brasileira, outra vez, volta mais cedo de uma Copa do Mundo. E, conse­­quen­­temente, quando nos deparamos com essa situação, a nossa reação é de revolta.

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Ora, não dá para aturar a desvalorização gratuita de nosso futebol. Na primeira parte do jogo, a equipe produziu o suficiente para vencer pela diferença mínima. Ro­­bi­­nho tirou o zero do placar e con­­tribuiu para a ilusão de que a vitória seria possível. A falha do goleiro Júlio César, no início do segundo tempo, apon­­tou para a realidade que em nada nos interessava. Os laranjas empataram e a partida ficou a favor da seleção eu­­ro­­peia, que fez o segundo gol, deixando os brasileiros desestabilizados. Prova disso foi a expulsão do Felipe Melo.

É oportuno repetir que faltou discernimento a esse jogador, que não teve responsabilidade, prejudicando os com­­pa­­nheiros, ao ser expulso em um lance de pura maldade. Es­­crevi, aliás, no artigo anterior, que essa possibilidade era real e Dunga também acreditava nela – tanto que o substituiu contra Portugal. Então, por que o escalou? Coisas do Dun­­ga!

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Além disso, para complicar ainda mais, a maior esperança da equipe brasileira, o meia-atacante Kaká, esteve muito abaixo daquilo que dele esperávamos, reacendendo a grande dúvida: será que Neymar e Paulo Henrique Ganso não jo­­gariam nessa seleção? Nin­­­guém pode afirmar que, com a presença desses santistas, a taça ficaria com o Brasil. Bus­­car um sentido lógico para aquilo que estamos vivendo, no entanto, é um direito que nos assiste.

Agora, que a esse time faltaram criatividade e organização no meio de campo, ninguém tem dúvida. E mais: pe­­lo que jogou no Campeonato Paulista, Paulo Henrique Gan­­so seria uma boa opção. Quan­­to àquele argumento do Dun­­ga para não convocá-los, considerando a pouca idade, foi um equívoco, pois os experientes fracassaram, demonstrando que talento não tem idade.

Assim, caro leitor, mais uma vez, Dunga sai de cena muito criticado, a exemplo da Copa de 90. Será que terá opor­­tunidade para inverter o insucesso? É isso.