Pela volúpia com que o Paraná iniciou o clássico contra o Coritiba, os torcedores tricolores certamente imaginaram que a equipe conquistaria outra vitória.
Esse otimismo procedia porque, atuando em casa, o time do técnico Marcelo Oliveira, na partida anterior, havia goleado o Náutico por 4 a 0, com autoridade de quem sabe o que faz.
Acontece que, nessa última demanda, a equipe do Alto da Glória teve competência para frear o ímpeto do time paranista, pois o comandante Ney Franco optou por Dudu, meia atacante, ao invés de Enrico. Essa atitude foi vista como uma grande sacada, pois a equipe ficou mais ofensiva e, por várias oportunidades, teve, no meio de campo, somente os volantes Marcos Paulo e Leandro Donizete, incumbidos de segurar a marimba.
No globão central, essa audácia surpreendeu o Tricolor das vilas que se sentiu pressionado com a atitude do time visitante que em várias situações esteve no 4-2-4, com os atacantes Betinho e Marcos Aurélio centralizados.
Além disso, Rafinha, que iniciou pela esquerda, e Dudu, pela direita (pouco produzindo naquele setor), inverteram as posições. Outro acerto do técnico alviverde, pois Dudu, a partir dessa inversão, transformou-se em um tormento para o Paraná Clube que passou a levar um verdadeiro sufoco, pois os coxas forçaram os donos da casa a voltarem diversas vezes atrás da linha da bola, inclusive os atacantes Leandro Bocão e Marcelo Toscano. Dessa maneira, como desestruturar o esquema dos visitantes? Questionamento que deveria ter sido respondido por Marcelo Oliveira à equipe para que o jogo tomasse outro destino. Nada aconteceu e o primeiro tempo fechou zerado. Isso graças também às boas intervenções do goleiro paranista Juninho e às imperícias do atacante Betinho.
Por causa de todo o sufoco já registrado, para o ato final, esperava-se um Paraná mais objetivo o que não aconteceu. Sinal de que os fatos se complicariam.
Por outro lado, os visitantes retornaram com Fabinho Capixaba em substituição ao lateral Ângelo mais uma mudança procedente, uma vez que a defesa ficou mais fortalecida e o ataque continuou levando perigo com Dudu e Rafinha partindo para cima da defensiva do Tricolor. Nesse caso, o agravante (para o Paraná Clube, é claro) é que nem a saída do ala Jefferson para a entrada de Kim, passando Diogo para ala direita, foi suficiente para neutralizar o endiabrado Dudu, que acabou deixando Rafinha em condições de marcar o gol da vitória coxa branca.
Enfim, o Coritiba realmente jogou melhor, ficando evidente que, neste campeonato, o time do Alto da Glória está bem estruturado e tem buscado esse título com uma determinação impecável.
Já o Paraná, que caiu para sétima posição, precisa voltar a praticar o mesmo futebol que apresentou antes da paralisação para a Copa do Mundo, quando esteve na liderança. Caso contrário... É isso.
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