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Nos dias que antecederam ao jogo Brasil e África do Sul, o técnico Joel Santana afirmava que o time dele seria ofensivo, desprezando qualquer possibilidade de retranca.

Foi cumprido o declarado? Claro que não.Nos primeiros minutos da partida, a equipe africana formara uma barreira intransponível que transformou o jogo em uma lentidão só.

A verdade estava escancarada desde sempre: Joel não acreditava na capacidade do time que ele treinava para encarar em igualdade de condições os brasileiros, os quais têm como diferencial uma técnica apuradíssima. E isso é inegável.

Diante dessa situação, restou a Joel a famosa tática de marcar atrás da linha que divide o gramado, formando duas linhas de quatro, para que seu time pudesse levar alguma vantagem em bolas paradas e em contra-ataques.

E como se tudo isso não bastasse, equivocadamente, os brasileiros insistiam nas jogadas por dentro, onde se concentravam vários jogadores africanos, que se solidificavam em muralha. Guerreiros em busca da superação da técnica que ali estava para confirmar uma superioridade sempre anunciada.

Ora, o que fazer contra essa marcação? O melhor seria usar as laterais – o que não aconteceu – porque nem Maicon nem André Santos realizaram jogadas de linha de fundo, pois Ramires e Robinho afunilaram, não dando opção aos alas.

Aliás, a única chance do Brasil, no primeiro tempo, aconteceu com Kaká, que, depois de driblar dois adversários, finalizou mal.

Para a etapa final, os anfitriões voltaram com a mesma postura tática (travando tudo), assim como os brasileiros, que não jogavam uma boa partida, principalmente Felipe Melo, que errou vários passes.

O técnico Dunga, então, com muita convicção resolveu agir. Substituiu André Santos por Daniel Alves. Este, em uma cobrança de falta, mirou, com crueldade, o canto esquerdo do goleiro africano e marcou um golaço, libertando o grito de gol atravessado na garganta do Brasil.

Agora, uma coisa é certa: Joel Santana soube montar o time para neutralizar os pontos significativos da seleção brasileira. Conseguiu isso com muita eficiência. A barreira de choque criada por ele era quase insuperável – se não fosse a estrela do Dunga.

Outra coisa que não é menos certa é essa brincadeira que Joel trava com o inglês. Sensacional! Ele não abandona sua condição de brasileiro para assumir uma outra língua que não seja a dele. Faz isso com uma naturalidade tão cabocla, tão autêntica que sua entrevista vira melodia. Parabéns, Joel Santana, pela brasilidade que arrasta mundo a fora, encantando e divertindo a todos e, sobretudo, pela montagem de um esquema tático que tirou nossa tranquilidade nesses 90 minutos de jogo. É isso!

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