Quando Roberto Fernandes foi demitido do Atlético, disse em alto e bom tom que nenhum outro técnico resolveria o problema do Rubro-Negro paranaense, ou seja, na opinião do treinador, o time era fraco. Ledo engano!
Os jogadores atleticanos, naquela ocasião, provavelmente tinham a mesma impressão quanto ao conhecimento tático e técnico dele, no entanto, nada manifestaram. Com muita sabedoria, deram tempo ao tempo. E bastou isso para que ele trocasse os pés pelas mãos e conquistasse o direito de ser demitido.
Agora, diferentemente daquela época, à frente da equipe, Geninho fala pouco e trabalha muito, no sentido de conservar seu grupo entre os melhores do país. E por falar no técnico atleticano, para o próximo jogo, ele deixa dúvidas em duas posições, na ala direita e no ataque, mantendo nas demais a equipe que tem iniciado os últimos compromissos.
Sobre a possível pressão que poderá sofrer o Atlético lá no Estádio dos Aflitos, não acredito que isso possa ser determinante para a vitória do Náutico, porque entre as quatro linhas, a história de sucesso do jogo, normalmente, é escrita pela equipe que detiver maiores qualidades técnicas e táticas. E nisso, sou muito mais o Furacão.
Missão cumprida
Aurival Correa, com habilidade e boa visão administrativa, chegou a um acordo com o técnico Paulo Comelli. Muitas especulações foram criadas em torno da proposta salarial desse treinador, no sentido de que sua pedida estaria fora das possibilidades financeiras do Tricolor.
Ora, Comelli, ao assumir o comando dessa equipe, sabia que, naquele momento, todos os caminhos levariam à Terceira Divisão, pelos resultados apresentados.
O técnico, porém, teve competência para reestruturar a equipe e, mesmo quando os placares não lhe eram favoráveis, demonstrou o equilíbrio necessário para ajustar as peças e colocar cada coisa em seu devido lugar, o que não parece pouco.
É pertinente lembrar ainda que, quando o Tricolor venceu o Vila Nova, no Estádio Serra Dourada, ele demonstrou perspicácia ao lançar Rodrigo Pimpão, que em dois lances definiu o jogo. Isso era tudo de que precisava o time naquele instante de quase causa perdida.
Aliás, aquela foi a melhor partida do Paraná, porque ela elevou o moral da equipe, que passou a jogar com mais tranqüilidade e, conseqüentemente, passou a conquistar também os pontos que impediriam sua queda para a Terceira Divisão, já objetivando, para 2009, o retorno ao grupo de elite do futebol brasileiro.
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