Ser técnico de futebol no Brasil é tarefa bastante complicada, partindo do princípio de que todos por aqui se consideram pós-graduados no assunto.
É comum os treinadores serem hostilizados publicamente, chamados de "burros" quando a equipe que comandam está perdendo. Além disso, há aqueles que reclamam da estratégia empregada, exigindo um poder ofensivo maior, mesmo sabendo das limitações do time.
Vale, não obstante, assinalar que os critérios utilizados por alguns, a partir dessa visão amadora e apaixonante, (des) qualificam o trabalho dos técnicos e acabam por não distinguir as dimensões reais das atitudes desses profissionais.
Ora, muitas vezes, o desempenho de um técnico é analisado única e exclusivamente por meio de resultados, desconhecendo o dia a dia que constrói e fundamenta uma estratégia de jogo.
Um grande exemplo de tudo isso é o Dunga. Quando ele assumiu a seleção brasileira, houve quem não acreditasse (e nessa lista devo me incluir) na permanência dele no cargo. Com o tempo, ele foi edificando seu trabalho e, com isso, demonstrando conhecimento técnico e tático.
Assim, provou a todos que não caiu ali de paraquedas e conquistou a confiança e o respeito de quem, no mínimo, entende de fundamentos de futebol. E o que é melhor: já não se discute mais a competência do técnico da seleção brasileira de futebol.
Ademais, é chegada a hora de os dirigentes desse esporte se atentarem para a responsabilidade que devem ter ao contratar um profissional para essa função, porque é da competência deles que depende uma escolha bem sucedida ou não. Quando cai um técnico, cai também parte da confiabilidade administrativa de quem o contratou. Disso, não resta a menor dúvida.
Nessa mesma direção, Marcos Malucelli acreditou que a volta de Geninho ao time seria providencial (e o foi) para aquela ocasião. Neste Brasileirão, no entanto, depois de perder três partidas em casa, o técnico, alegando que o Furacão precisava criar um fato novo como elemento de motivação, demitiu-se. Para substituí-lo, chegou Waldemar Lemos para dar sequência a um baile em que a orquestra, desta vez, não pode desafinar.
Por outro lado, a exemplo de Geninho, René Simões tem uma grande empatia com a torcida coxa-branca. Isso, contudo, não lhe garante o privilégio de permanecer muito tempo no cargo. Caso o Coritiba não ganhe do Flamengo, ele pode ter o mesmo destino do ex-treinador atleticano. É isso.
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