Quando Geninho, técnico do Atlético, anunciou a escalação do time para o jogo contra o Toledo, a mim não causou surpresa, pois o treinador rubro-negro está ainda em fase de observações. Prova disso é que, na ala-direita, Zé Antônio entrou no lugar de Alberto e, em substituição a Julio dos Santos, Marcinho apareceu no meio. Com estas modificações, principalmente a que se refere a Marcinho, esperava-se maior articulação de jogadas entre o meio e o ataque. Além disso, poderia saber como reagiria o time sem Rafael Moura, que é o único atacante com presença de área, diferente das características de Lima.

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E mesmo saindo vencedor nos primeiros 45 minutos, com gol de Rhodolfo, o melhor jogador do Furacão pelo segundo jogo seguido, o time de Geninho sentiu dificuldades na medida em que Marcinho e Ferreira se confundiram no posicionamento, no sentido de fechar ao lado de Valencia na proteção da zaga. Houve também dificuldade de entendimento entre os atacantes Júlio César e Lima – o que pode ser compreendido, porque foi a primeira partida que fizeram juntos. Com isso, ficou claro que Rafael Moura é titular, e Lima pode ser seu companheiro no ataque.

Dunga, siga o baile!

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Há quase três anos o técnico Dunga está no comando da seleção brasileira. E após cada jogo realizado me vêm à lembrança os comentários críticos sobre a escolha de Dunga para a função que hoje merecidamente ocupa. Vários torcedores acreditavam que o "aprendiz de treinador" (era assim que o tratavam) não emplacaria por vários motivos, e o mais contundente deles era que ele não havia treinado nem uma equipe dente de leite.

A seu favor, porém, ele trazia a bagagem de ser capitão do tetra e a credibilidade de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, que lhe tem transmitido tranqüilidade, inclusive quando o selecionado não vence, a exemplo do jogo, no Engenhão, contra a Bolívia.

Além disso, por mais que argumentem que a seleção brasileira não tem jogada ensaiada, o tal padrão de jogo, há disputas em que ela arrebenta. Desconhece o adversário e faz todos os desafetos se calarem, como aconteceu contra Portugal, quando aplicou uma goleada histórica, e contra a atual campeã, a Itália, com um gol de placa de Robinho (fazendo um carnaval antecipado na zaga italiana) e do jogador Elano, que, embora não tenha ainda tanto prestígio, contra grandes seleções acaba se destacando.

Isso sem falar na atuação impecável do Ronaldinho, que completou 90 jogos pela seleção e mostrou ao mundo que o time do Dunga tem dessas coisas. Quando resolve jogar, não está nem aí para as tão aclamadas jogadas ensaiadas. Faz tudo ao vivo e sai para o abraço.

E assim, o até então desacreditado Dunga vai seguindo o baile, pouco se importando que o Felipão esteja assistindo a tudo isso no Emirates Stadium, em Londres, ou em sua confortável residência. É isso.

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