O jogo de abertura do campeonato paranaense me sensibilizou e me fez sentir, logo de início, uma espécie de primeira impressão impossível de apagar: que quem estava ali para aplaudir o Paraná Clube acabaria por aplaudir o Jotinha, que abusadamente encarava o time que mais contratou para essa competição. E não deu outra.

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Por tudo que o Paraná fez no futebol em 2008 – a luta para não cair e a ascendência depois da delicada situação pela qual passou – o clube deveria ter atingido um fortalecimento de equipe maior. Mesmo com pouco tempo de trabalho e com várias modificações em seu time, esperava-se um melhor desempenho na estreia contra o J. Malucelli, que deu um verdadeiro show – de bola.

Ora, é compreensível que o time do técnico Paulo Comelli não rendesse tudo o que se esperava. Até aí, tudo bem. Agora, errar passes, na distância de três a quatro metros, é uma questão de – no mínimo – desatenção no que se faz.

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O time da Vila Capanema iniciou no 4–4–2, com variação para o 4–3–3, pois Lenílson tinha a incumbência de se aproximar dos atacantes Welington Silva e Abuda e jamais conseguiu esse feito. Lenílson, aliás, nem de longe lembrou aquele jogador que foi campeão no São Paulo. É claro que, na sequência, espera-se que ele venha a comprovar o prestígio que ostentou em 2006, como campeão brasileiro pelo tricolor paulista.

Independentemente de uma atuação ruim do Paraná Clube, não se pode subestimar a capacidade do J. Malucelli, que demonstrou equilíbrio em todos os setores da equipe. Além disso, o técnico do time, Leandro Niehues, usou o sistema tático 3-5-2. Quando seu time estava de posse da bola, seus zagueiros tinham a liberdade de sair em apoio ao ataque. Foi dessa maneira que Leandro fez o primeiro gol do J. Malucelli.

A partir daí, a equipe passou a jogar atrás da linha da bola, inclusive os dois atacantes Bruno Batata e Valdemir. Com esse posicionamento, o time de Niehues – além de não permitir a reação paranista – ainda fez mais dois gols: com Cícero, que joga de volante mas teve a perspicácia de atacante e deixou sua marca; e com Bruno Batata, o melhor em campo.

Nessa altura do jogo, Comelli já estava convicto de que deveria modificar sua equipe. Tentou, ainda no primeiro tempo, recuar Hernani como zagueiro, o que não deu certo. E para equilibrar a marcação, o Tricolor voltou para a fase final do jogo com Agenor e Vando, saindo Gedeon e Welington Silva. Ainda assim, nada melhorou. E tem mais: pelas oportunidades desperdiçadas pelo time da casa, 3 a 0 ficou de bom tamanho para o Paraná Clube, que precisa vencer o jogo contra o Paranavaí, na Vila Capanema, para que a credibilidade da equipe seja mantida.