Nenhum jogo do Atlético, nem mesmo da Copa do Mundo de 2014 levou tanta gente ao Joaquim Américo, como neste sábado para assistir as lutas de artes marciais mistas. Por que tamanha diferença de público entre o futebol e outros espetáculos?

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São vários os fatores. Criatividade, marketing, programação espaçosa e quebra de rotina é que fazem a diferença. Eventos como as Olimpíadas, shows musicais, carnaval se tornam atrativos pelo distanciamento no calendário. Assim como este boom que é o MMA.

O futebol vulgarizou pelo excesso. E a televisão não é o problema. Também há transmissões de lutas às pencas. Nada pela tevê satura. Se não agrada é só mudar de canal ou apagar o aparelho. Que é de graça e sem sair de casa. São opções.

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Ir ao estádio, porém, é diferente. O que atrai o torcedor comum é o preço do ingresso ou a qualidade refinada dos jogadores. Ou ainda o conjunto que torna uma equipe poderosa. Onde se encaixam os campeonatos europeus.

Como estamos longe de atrair o público pela qualidade, a melhor forma de ocupar espaços ociosos – é um desperdício observar meia dúzia de gatos pingados em monumentais arquibancadas – está na flexibilidade de lidar com os preços.

Assim como as companhias aéreas e os hotéis, os clubes de futebol devem buscar os clientes com atrativos pontuais. Na baixa estação, nos dias e horários de pouca procura, os valores do trade turístico desabam. Abre espaço assim para todos.

Até agora, a ocupação média de público nos jogos do Atlético na Arena foi de 40%. O Paraná Clube ocupou 33% da Vila, e o Coritiba apenas 18% do Couto Pereira. Haja espaço vazio.

É possível sim manter campanhas fortes para sócios fiéis, dando-lhes privilégios que os diferencie do torcedor de ocasião. Ocupar todos os espaços, porém – e há “ene” maneiras de dividir setores do estádio -, é fundamental. O custo do combustível para um avião com 150 ou 12 passageiros é o mesmo. Assim como a manutenção de um hotel com mais ou menos hóspedes.

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Crianças, mulheres e pessoas de baixa renda, devem ser atraídas para os jogos dos nossos clubes neste Brasileirão que começa agora. Estádio cheio alegra. Eletriza. Contagia os jogadores. É a única forma que nos resta para sair da mesmice de todos os anos. A outra opção seria os clubes contratarem ídolos da envergadura de Suarez, Ibrahimovic, Robben... Coisa para visionários. E Jofre Cabral e Silva não está mais aqui entre nós.

O torcedor comum, enfim, luta para ver um só joguinho do seu clube. Pede acesso ao estádio. Só isso. Uma vez que seja. Os cartolas, porém, não lutam por ele. Só que hoje, não há mais espaço no planetinha Terra para quem se acomoda ao “lugar comum”. Isso em todas as áreas.

Criem. Acordem! Preencher lugares vazios é uma questão socialmente justa e economicamente viável.