O ano esportivo está terminando por aqui sem nenhuma novidade. A mesmice de sempre. Paraná e Coritiba transmitem para alguns fanáticos, o orgasmo pela permanência nas suas divisões. Onanismo. O prazer atleticano chega ao clímax por uma vaga na pré-fase de uma “Libertadores” dilatada. Ópio (vá lá, aceitável).
Não há como dissociar o futebol da política. Até porque o envolvimento entre estes setores da sociedade é muito grande. Existem no Congresso Nacional as bancadas gigantes (ruralista, evangélica e das empreiteiras) e as nanicas (saúde, direitos humanos e da bola), esta com Romário e mais 13 parlamentares. Frágil.
No futebol foi criada agora a bancada Fla-Flu. Tem a bancada paulista. Também a bancada queijos e vinhos, de mineiros e gaúchos. Nossa bancada está prá lá de Bagdá. É a bancada Criança Esperança. Que não cresce nunca.
Correta, porém, a posição de Coritiba e Atlético abandonando a Primeira Liga. Questão de dignidade. O Paraná também fez o certo. Dirigido sem imaginação para criar recursos, buscou uma fonte. Aprendeu com o erro de gestões passadas, quando preteriu o “Clube dos 13” caindo no conto do vigário. Por “solidariedade” foi escorraçado da elite do futebol.
Pois bem. Os caciques da política e da bola, com exceções, têm o mesmo propósito. Usam como manobra as massas que se digladiam pelas redes sociais, ou mesmo no pau puro, no braço, para no mínimo ganhar (para si) e enganar (a torcida). E o povo? Entra ano sai ano e nada vem...
Aliás, lembrando dessas palavras, Gilberto Gil e Chico – Garrincha e Pelé da minha geração musical – retratam com genialidade o tema em várias canções.
“Olha lá vai passando a procissão/Se arrastando como cobra pelo chão/As pessoas que nela vão passando/Acredita nas coisas lá do céu” (...) “Muita gente se arvora a ser Deus/ E promete tanta coisa pro sertão/Que vai dar um vestido pra Maria/ E promete um roçado pro João/Entra ano sai ano e nada vem (...)”. E por aí vai. Gil compôs essa antológica “Procissão”.
Afinal, um fim de semana chocho. Exceto a esperança rubro-negra contra o Corinthians. Paraná e Coritiba terminam o ano na condição de “Pato Manco”.
Para que não me crivem de impropérios pelo pessimismo – na verdade não é pessimismo, é apenas uma verdade -, o acalanto natalino para um final de ano esportivo vem de Chapecó.
Pela primeira vez na história, haverá uma decisão sul-americana em Curitiba. Em dezembro, a peregrinação de torcedores da Chapecoense vem para invadir o Couto Pereira.
480 km de um “Caminho de Santiago” para venerar as relíquias da “Chape Terror”, a sensação do futebol brasileiro. Um exemplo de competência administrativa do clube catarinense. Tudo será verde no Alto da Glória. A cor da esperança.
Esta sim, uma procissão de esperança e de fé para alegrar o futebol.
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