Raras vezes me deparei com o favoritismo estrangeiro contra clubes ou seleções do Brasil. Pelo menos em jogos de grande expressão. Hungria, Portugal e Holanda, em mundiais distintos, confirmaram a lógica da época, e ganharam da seleção brasileira. E fica por aí.

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Entre clubes, salvo lapso de memória, não me lembro de nenhum. Ou talvez o Real Madri de Puskas e Di Stéfano. Assim mesmo, apenas em amistosos. Caso também do Honved e de alguns times argentinos. Nada, porém, que supere o escancarado favoritismo atribuído a este Barcelona que decide amanhã contra o Santos.

Mas parece que está havendo certo exagero. Rasgam-se elogios tantos para Messi e companhia, que chega a cansar. É como se estivéssemos no Museu d’Orsay de Paris, acompanhando um daqueles guias empolgados, dissertando sobre obras famosas. É um frenesi coletivo na mídia. Como se tentassem decifrar o código genético na reencarnação da manjubinha... É muito para o meu gosto.

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Sei que é difícil falar ou escrever sobre o Barcelona sem cair no óbvio. Mas eles não são mágicos; eles são estudiosos. O Barcelona é hoje uma escola preparatória de alto nível, que vai do jardim de infância até a universidade da bola.

O Camp Nou simboliza um grau de ensino impecável. Uma espécie de Harvard na cadeira futebol. Por isso forma atletas talentosos, seguros e com projetos sólidos de vida. Muitos saem PhD em função da estrutura acadêmica. A serenidade é estampada no rosto de cada um. Mesmo em situações dramáticas como aquela vivida por Villa no momento da fratura da tíbia.

Reservo ao Santos este pequeno parágrafo. É puro improviso. É pérola autêntica. É alma. Merece o título. Por que não?

Olho no Japão

Entre tapas e beijos, Petraglia ganhou as eleições no Atlético. Promete em dez anos ganhar o mesmo título mundial que o Santos busca amanhã. Acho isso muito interessante. Mas o comportamento político do candidato recém-eleito deve ser revisto. Ódio e vingança não levam ninguém a lugar nenhum. Ou, se leva, é para o cadafalso.

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Guilhotinar ex-companheiros ao estilo Robespierre não é democrático nem aconselhável. Assim como na Revolução Francesa, Petraglia protagonizou a virada histórica do clube. Mas teve ao seu lado líderes também carismáticos, cujas cabeças rolaram. O final todo mundo conhece. Hoje Danton é endeusado e o "Incorruptível" é lembrado como um tirano. A França agradece eternamente a todos que a construíram. A nação rubro-negra também. A França é de todos os franceses. Não é de Nicolas Sarkozy, nem de Napoleão. O Atlético também é de todos os atleticanos. Feliz mandato aos vencedores!