Qualquer cidade do mundo que abrigue dois ou mais clubes federados, e com estrutura de razoável para ótima, cria rivalidade. Aqui não poderia ser diferente e a concorrência sempre é saudável, apesar daqueles que se nutrem com a desgraça alheia. Tudo bem. Faz parte.

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Depois de três empates na semana passada – um com sabor de vitória (Coritiba) e dois não (Paraná e Atlético) –, hoje e amanhã se houver resultados iguais, o significado lógico é do alcance de apenas dois pontos em seis disputados. Isso é muito pouco e refletirá na frente, dificultando o objetivo de cada um, embora com apenas um quarto da distância percorrida. E qual seria o objetivo real dos nossos clubes além do campeonato em si? Dentro de uma dimensão mais ampla, estrutural e sólida? Seguramente os caminhos são diferentes.

O Coritiba corre em equipe, dosa o ritmo com boas passadas, preocupado com o risco de exaustão precoce. Está em uma prova de 1.500 m e precisa manter o fôlego.

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O Atlético é diferente. Acelera para chegar rápido ao pódio dos 100 m rasos. Não sei se estaria mais para Carl Lewis ou Ben Johnson. Só o tempo dirá. Na metodologia centralizada houve racha interno e o resultado é imprevisível. Pode disparar e bater recordes. Ou não.

A estratégia do Paraná Clube é de resistência. Espécie de maratona. Arrancou na década de 90 com estilo de velocista, mas cambaleou. Não foi vítima de circunstâncias externas – nenhum padre irlandês interrompeu sua liderança. Os erros internos estão sendo reparados.

Como a metáfora está relacionada com provas de corrida, é bom lembrar que sobram exemplos que surpreendem. Uns para melhor, outros nem tanto. Ganhar e perder faz parte do jogo, mas a forma de chegar ao pódio é que conta. Neste caso, para relaxar, uma boa leitura é interessante. Que incentive e tenha conteúdo ético, de preferência. O Príncipe, neste caso, não me parece uma boa indicação, onde Maquiavel entende que os fins justificam os meios.

Absolvição

Mais do que muitos tricolores possam imaginar, Lúcio Flávio é o trevo de quatro folhas que o clube buscou para voltar à divisão principal no ano da Copa. Não apenas pela técnica e experiência, mas pela empatia que envolve torcedor e atleta. O jogador espelha e espalha responsabilidade profissional com um toque de amadorismo no mais puro sentido.

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O pênalti desperdiçado contra o América-MG já o absolvia pelo gol marcado e pela excelente atuação no jogo. E quem assistiu a classificação do Galo contra o Newell’s – cinco penalidades não convertidas – pôde observar a armadilha que existe na marca do ponto fatal do estádio Independência. O pé de apoio do batedor desliza como pneu careca no asfalto oleoso. E mais: Lúcio não havia reconhecido os detalhes do gramado na véspera, como os semifinalistas da Libertadores fizeram.