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O Coritiba caiu para a Série B por tudo aquilo que já sabemos, mas Ney Franco, digno, continuou fiel aos propósitos e ao sistema de jogo. Campeão, reconduziu o clube para a elite do futebol brasileiro e a CBF, depois de pesquisa rigorosa, veio buscá-lo para dirigir a seleção sub-20.

De hoje para amanhã (à 0h10) seguramente o Brasil de Ney se classifica para os Jogos Olímpicos de Londres. Mesmo com pouco tempo, o técnico co­­locou na seleção brasileira a mesma cara que havia dado ao Coritiba, e que deixou de he­­rança para Marcelo de Oliveira: um padrão franco, alegre e co­­rajoso.

A medalha de ouro que ar­­gen­­tinos e uruguaios já levaram por duas vezes, não veio até agora para o Brasil por falta de logística e comando. Luxem­­burgo e Dunga fracassaram nas Olimpíadas de Sydney e Pe­­quim, respectivamente – um tos­­co, o outro arrogante. Ney está acima disso. Sua linhagem é outra. Flexível, ético e determinado, será mais útil do que Mano Menezes ou quem quer que seja.

Por outro lado, a CBF não po­­de incorrer no mesmo erro de escolher nababescas concentrações – como o Hotel Royal Pi­­nes, de Brisbane, nos Jogos da Aus­­trália – e oferecer prêmios mi­­lionários para ganhar a me­­dalha. É necessário espírito olím­­pico, onde todo mundo come de bandejão e dorme nos aposentos comunitários da Vila Olímpica. Se não for assim, fica para o Rio em 2016. Quem sabe.

Vale-tudo

Três cenas emblemáticas de desequilíbrio emocional marcaram a trajetória de atletas de bom caráter fora de campo, mas imprudentes dentro dele.

A cabeçada de Zidane em Materazzi no Mundial de 2006; o pisão de Felipe Melo no holandês Robben, na Copa da África; e o golpe de tae kwon do de Her­­nanes no jogador Benzema nesta quarta-feira, são imagens que a televisão promete eternizar. Os três foram expulsos e os adversários ganharam os jogos.

O caso de Felipe Melo é ba­­tom no colarinho. Não há o que explicar. O francês Zidane disse que ofenderam sua mãe e que preferia morrer a pedir desculpas. Já Hernanes brincou dizendo que aprendeu o golpe com Steven Seagal, astro de filmes de ação.

Apesar do enorme prejuízo técnico causado – final de Co­­pa, imagine! – "Zizou" teve consciência plena do que fez, pediu desculpas aos companheiros de seleção e parece ter aliviado uma dor sentimental.

Felipe Melo e Hernanes não. O jogador da Lazio foi infeliz até na piadinha. Fosse ele mais espirituoso, diria que a pernada foi para homenagear a mais vitoriosa lutadora de artes marciais do Brasil – Natália Fala­­vigna. Pelo menos propagaria o nome da paranaense e teria sido mais original.

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