O futebol já foi um passatempo popular tão simples quanto o Jogo da Velha, com regras claras e sem grandes dificuldades para ser compreendido. Hoje, entender as intenções que existem no interior de alguns clubes e entidades é como querer destrinchar as vísceras do Vaticano ou os segredos da Coreia do Norte. Os fatos quando explodem e se tornam públicos, desnorteiam o bom senso de qualquer um. Seja na compra ou na venda de atletas, na manipulação de resultados, na construção de estádios ou na condução interna de pequenos atos mantidos sobre segredo sepulcral.

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A falta de transparência em relação aos salários de atletas, treinadores e diretores executivos, é uma gota no oceano do esporte mais popular do mundo. Quando o Brasil foi anunciado como sede da Copa de 14 e da Olimpíada de 16, o batalhão de oportunistas entrou no novo mercado como vara de javalis, multiplicando-se e invadindo territórios que jamais conheceram e que deles se apoderaram pelo brilho do ouro vislumbrado. Lembram colonizadores espanhóis usando e executando Atahualpa.

Criaram cargos de executivos dentro e fora das quatro linhas. Elaboraram funções de mando em detrimento a conhecedores verdadeiros de planejamento técnico e acadêmico. Para ser menos teórico, cito o exemplo prático dessa "nova função" que abriga diferentes nomenclaturas – "diretor executivo", "coordenador geral de futebol", e por aí vai. Há, em alguns casos, certa competência do funcionário generosamente remunerado. O absurdo está na intromissão da pessoa em áreas técnicas, justo onde profissionais de formação acadêmica e know-how reconhecidos, recebem interferência burra. Caso de grandes profissionais – o professor Riva, por exemplo - que têm um profundo conhecimento científico de preparação planejada, e que acabam tolhidos por leigos no assunto.

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Amanhã é dia de Atletiba. Cada um planejou o ano de forma diferente. Acredito que o Coritiba está fazendo a coisa com mais critério. O Atlético titular, não o de amanhã, pode até surpreender pelo entrosamento quando mostrar a cara. Mas quando chegar o que mais lhe interessa, que é o Brasileiro, tenho dúvidas. Os grandes profissionais sabem que o treinamento principal é o jogo. Amistosos e pequenas competições não são aconselháveis. Atrasa o desenvolvimento do time. A preparação física moderna está associada à bola.

Penso que o segredo está na simplicidade. De João Saldanha a Pepe Guardiola, planejar e executar um bom futebol, é como rabiscar o Jogo da Velha.

Até quando?

O sinalizador disparado por torcedores do Corinthians – presos em Oruro – que atingiu e matou um garoto boliviano de 14 anos é revoltante e provoca uma questão simples: por que se permite o uso desse tipo de artefato nos estádios?

A bala que matou o menino Diego Gonciero, torcedor do Paraná Clube em julho do ano passado, disparado de dentro de um Prisma cor branca, provoca uma pergunta: o inquérito para se chegar ao autor ainda está sob investigação?

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