Estou voltando de Durban, onde o astral da cidade e os íons do Oceano Índico fizeram um bem danado. Deu para recarregar as energias diminuídas na friorenta Joburgo, base nossa e da seleção, e local do jogo de amanhã contra o Chile.
Brasil x Portugal não foi um bom jogo, principalmente no segundo tempo. E quando a partida não é boa, duas coisas acontecem: nas arquibancadas, o público promove a hola; na tribuna de imprensa, os jornalistas trocam figurinhas.
Ao meu lado o professor Pasquale Cipro e meu companheiro Marcio Reinecken, da nossa Gazeta do Povo. Tostão duas cadeiras depois, mais acima Verissimo, enfim, estava bem acompanhado e o papo era melhor do que o jogo.
A cada toque errado de Gilberto Silva, Pascoal lembrava de joias raras de um passado não tão distante. "Que saudade de Clodoaldo!", dizia o orgulhoso torcedor do nanico Juventus, do bairro da Mooca, em São Paulo.
Mas em Copa do Mundo o processo é rápido e Portugal pertente ao passado. Amanhã o adversário será o Chile e na busca de informações, recorro ao start list, a lista dos jogadores da Fifa. Vejo que dos 23 chilenos inscritos, 18 atuam no exterior. E não é diferente com Uruguai, Argentina, México, Paraguai e Brasil.
Nesta Copa está havendo uma espécie de resgate. A América Latina busca o tempo e o tesouro perdidos. Repatriamos, pelo menos temporariamente, nossas pedras preciosas levadas pelos europeus. E eles vieram, como a Itália, sem brilho algum, e estão voltando com pedregulhos, seixos e calhau. Parece uma revanche de colonizados e colonizadores.
Como aconteceu ao longo da história com as jazidas de ouro e as montanhas de prata, os europeus levam o tesouro da América Latina, lapidam (Ronaldo, Messi, etc.), enchem seus cofres e enriquecem o futebol. Mas na Copa os "conquistadores" são obrigados a devolver o baú para o solo de origem e suas seleções ficam cada vez mais opacas e sem brilho.
Por isso está pintando uma final latino-americana. O Uruguai foi brilhante e ontem passou para as quartas de final. Se der Brasil e Argentina na final, por uma questão de coerência, ouro para nós e la plata para os hermanos.
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