Cada Olimpíada que termina parece iluminar, no universo esportivo, uma nova galáxia. Esta de Pequim não poderia ser diferente, mas a sua explosão foi mais ampla do que as anteriores. Acontece que os deuses de Olímpia, cansados de uma mesmice geopolítica esportiva, deram um basta e provocaram um novo big-bang.
A China, depois dos Jogos que terminam hoje, salpica a Via Láctea com um novo matiz tirado dos anéis da bandeira olímpica: o amarelo. Antes, os Estados Unidos (aro vermelho) e a Europa (aro verde) foram os donos do mundo esportivo durante um século. Os outros continentes eram apenas poeira cósmica, e deveriam se contentar com o chavão criado para coadjuvantes: o importante é competir. Entendo.
Os Jogos de Pequim mudam o cenário, não apenas pelo massacrante resultado que os chineses conseguiram no pódio. Praças esportivas, acomodações, transportes, voluntários, segurança organização enfim, superaram todas as Olimpíadas anteriores, pelo menos entre aquelas que cobri, de 1992 para cá.
A de Barcelona teve um brilho especial pela constelação do "Time dos Sonhos" (único e verdadeiro), de Michael Jordan, Magic Johnson e Larry Bird, além de mitos como Bubka, Popov, Sottomayor, Carl Lewis e outros. E os Jogos de Atenas trouxeram o charme inquestionável da volta ao berço, com disputas em lugares sagrados como os estádios Panatinaikon e de Olímpia.
Enfim, fazendo o balanceamento e geometria do meu senso de ponderação, tento chegar ao ponto mais justo da avaliação dessas três semanas em Pequim, concluo: esta foi a Olimpíada mais completa... apesar da vara de nossa Fabiana Murer ter ido para o espaço.
Elas e eles
Agora é meia noite de sábado para domingo aqui na China. Acabamos de ganhar das norte-americanas e veio o terceiro ouro para o Brasil.
O vôlei feminino é só alegria. Todo o choro das meninas do futebol naquela derrota injusta serviu para regar os jardins dessas guerreiras da quadra.
Sexta-feira o ouro foi de Maurren Maggi, atleta e mãe que superou tudo, depois de cair em depressão e quase largar o atletismo. Foi a primeira mulher na história brasileira a vencer uma prova olímpica individual.
Agora há pouco também, Natália Falavigna Silva mostrou o bronze da mulher paranaense, ganhando outra medalha para o Brasil no tae kwon do. Brava, Falavigna!
E logo mais a bola da vez será o time de Giba, estrela acima da ordem e do progresso, e capitão do eletrizante vôlei do Brasil. Nosso "símbolo augusto da paz" vai subir outra vez no Capital Indoor Stadium. Por uma questão lógica, que seja acima da bandeira norte-americana. Afinal, o Brasil é o único país assim como no futebol em Copas do Mundo a participar de todas as edições da modalidade nas Olimpíadas até hoje. Sabemos que o vôlei foi inventado por eles, mas aperfeiçoamos e hoje somos os melhores. Assim como eles modernizaram o avião, invento de Santos Dumont, apesar de eles afirmarem que foram os irmãos White os inventores, o que não é verdade. Bobagem.
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