A obra e a arte de Sebastião Salgado eu já conhecia, mas só tomei consciência da profundidade que ela representa, quando terminei a leitura de Da minha terra à Terra, uma fascinante história pessoal. Com a exposição de Gênesis prestes a terminar, fechei o livro e fui ao Museu do Olho compreendendo melhor o trabalho de um dos mais importantes fotógrafos do planeta.
Não sei o que é mais sublime, se as imagens em si ou a trajetória que o levou a produzi-las em mais de 100 países. Pela verdade intensa que Salgado reflete na sua própria trajetória de vida – ética, política, existencial –, retratar em preto e branco, os mais íngremes cantos da terra, dá alma à fotografia.
Acho difícil encontrar algum colega que não tenha um quê de inveja (no bom sentido) desse grande profissional que é Sebastião Salgado. Um privilégio ainda maior quando o espaço arquitetônico que acolhe o trabalho dos expositores foi concebido pela genialidade de Oscar Niemeyer, o nosso Museu do Olho. Aí me veio uma reflexão sobre a importância da obra física do arquiteto, e o talento subjetivo do artista que expõe. O prédio cumpre um papel importante – deduzo –, porém a arte que ali está, por não ser sólida, não se desmancha jamais. É eterna.
Na noite do mesmo dia, o Atlético jogou contra o Foz do Iguaçu, no Joaquim Américo agora de teto retrátil, panorama impecável, único. Colocou o que havia de melhor no Caldeirão e fechou a tampa. Um show de estádio. Um palco que não tem na sua forma, as curvas traçadas pela imaginação de Niemeyer, mas que é perfeito para as necessidades de jogadores e público. Resultado do jogo à parte – “a humildade derrotou a arrogância”, como disse o presidente do Foz –, a diferença fica por conta do contraste enorme que existe entre a obra de arte que é a Arena da Baixada, e um elenco nada compatível com a grandeza da obra. Há um descompasso entre o estádio, e os atores.
O ideal, claro, seria um elenco poderoso jogando no conforto do seu próprio campo (Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique, Manchester...). Porém, na ordem de escolha, antes um grande time. O Atlético não está errado pela grande transformação que fez. É um clube sólido, com patrimônio invejável, mas deve a formação de um elenco espetacular. E que tenha pelo menos um ou dois acima da média, como tantos que se fizeram ídolos – Sicupira, Washington/Assis, Nivaldo, Bruno Mineiro, o próprio Paulo Baier.
Falta ao Atlético uma espécie de curador, com carta branca – e aí mora o problema – para recriar a galeria compatível à grandeza que tem. O presidente tem um oceano de petróleo (que é a torcida rubro-negra), mas centraliza como se fosse dono dela. Parecido com a Venezuela. Talvez, por isso se ache... Maduro.
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