• Carregando...

A seleção que pega o México amanhã está quase pronta e formada para os Jogos Olímpicos. O time é bom e boa parte disso deve-se ao trabalho estudioso de Ney Franco. Incluindo os três jogadores com idade superior a 23 anos – Thiago Silva, David Luiz e Marcelo, provavelmente –, a seleção fica robusta. É inferior aos olímpicos de Atlanta, que tinha Ronaldo, Bebeto, Roberto Carlos e Rivaldo, entre outros, e que foi eliminado pela Nigéria. Esta safra tem mais brio e pode ganhar o ouro.

Olimpíada é bem diferente de Copa do Mundo. Não basta ser o melhor, tem de ter espírito olímpico, aquela fúria do atleta amador. Para isso, concentrar-se na Vila Olímpica é melhor do que em hotel. É ali, no alojamento, no convívio, no bandejão que o atleta alimenta o espírito amador. Onde não há tietagem. Onde Neymar é apenas mais um cruzando no dia a dia com Phelps, Usain Bolt ou Isinbayeva. A Vila é o coração dos Jogos. Pulsa como nos tempos de colégio ou nas categorias de base. Para se disputar uma Olimpíada, há que se ter cultura esportiva. Ou, pelo menos, uma ideia do que isso representa. É disputa sim, e disputa feroz. Mas é também congraçamento.

Pouca gente tem ideia do que é o convívio na Vila Olímpica. Ali está a essência dos Jogos. Misturam-se atletas de 200 países, de mais de 30 modalidades, homens e mulheres das mais distintas línguas e costumes. Ícones de vários esportes esbarrando-se com ilustres desconhecidos.

A Vila Olímpica filtra a vaidade dos grandes e estimula o crescimento dos pequenos. Nenhum atleta, seja do nível ou esporte que for, deveria perder esse momento único de convivência e disputa. Nos Jogos de Barcelona tive acesso a esse templo. Que vai além da zona mista onde os atletas circulam para entrevistas. Lembro ter encontrado Barkley, Pippen e Larry Bird, do Dream Team, numa dessas idas ao pátio e ao restaurante da Vila. Por costume, o basquete americano permite que esposas e filhos acompanhem os atletas e, neste caso, ficaram em hotel. Barkley disse que era frustrante não ficar naquela comunidade.

No futebol brasileiro poucos têm este privilégio, até porque o profissionalismo precoce interrompe os estudos de muitos, e raros são aqueles que vivenciam Jogos Escolares e muito menos Universitários. Fica então a carência. É onde o ambiente da Vila Olímpica resgata a doce paixão de qualquer jovem, que é a convivência com diferentes e ser livre.

Tive informação do COB que apenas os atletas de remo, canoagem, vela e triatlo não ficam na Vila, mas estarão lá nas horas de folga. Além, é claro, da seleção de futebol masculino, que já reservou um hotel cinco estrelas nos arredores de Londres. O espaço para o futebol na Vila Olímpica está livre. Se os cartolas toparem – você acredita? – os atletas adorariam a ideia.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]