Aziz Domingos e Luiz Afonso foram dois grandes jogadores. Como dirigentes de futebol, tiveram uma invejável cumplicidade de paixão com seus clubes Colorado e Coritiba. Um, sereno e diplomático; o outro, brincalhão e explosivo. Em comum, detestavam o trabalho formal. Jamais foram escravos do relógio. Viveram de bem com a vida.
Eleito vereador, Aziz me confessou certo dia que pela primeira vez na vida cumpriria horário profissional. "Na Câmara?", brinquei. O Turco riu.
Já o Guri Luiz Afonso era um narcisista da bola. Apaixonado, fez um campinho nos fundos de sua casa. O gramado era inglês como o de Wembley. Perfeito. E de lá (Jardim Social) para Casablanca foi um pulo. Aconteceu então o inédito. Ele, diretor de futebol, entrou em campo durante um amistoso internacional. O Coritiba ganhou de 3 a 1 da seleção de Marrocos, e o Guri jogou alguns minutos no lugar de Hélio Pires. O técnico era Lanzoninho.
Os dois estenderam suas férias muito mais do que nós, escravos dos minutos. Deixaram um legado de amor pelos clubes e pelos amigos.
Amanhã começa o regional paranaense e não dá para esquecer figuras carismáticas que fizeram história em nosso esporte. Sem eles, fica uma carência desta doce-loucura que é a descontração com responsabilidade.
O futebol é simples. Precisa de craques no campo e esperteza (sadia) fora dele. Luiz Afonso e Aziz eram diplomados pela charmosa Atlantic City e pelo elegante hipódromo argentino de Palemo. Foram grandes jogadores de futebol, e isso faz a diferença.
Aliança
A tragédia na região serrana do Rio me constrange falar de alegria. A vida parece um gráfico de eletrocardio. É um impiedoso sobe e desce. Uma constante de altos e baixos. Mas, se este traçado for linear, tudo acaba. Resta-nos aceitar como é, mantendo a esperança.
Volto hoje do Rio, onde o mar e seus íons me fazem bem. Neste réveillon os fogos anteciparam uma boa notícia: a troca de alianças com a Gazeta do Povo. E olha que recebi a proposta depois de 18 anos de noivado.
Pois é, entre idas e vindas pelos cinco continentes, esta ligação afetiva e profissional rendeu mais de 60 eventos de parceria. Em todos eles copas, olimpíadas, amistosos, pan, abertos de tênis, etc tivemos uma espécie de amor a distância, ficando o vazio da proximidade.
Sem trololó, minha decisão para o casamento formal foi rápida. Até porque não tenho o Assis, irmão do Ronaldinho, por perto e estou longe de ser estrela. Com o "sim" formalizei o compromisso de assinar uma coluna nos sábados. Sendo grato à direção e aos amigos do caderno de Esportes, só me resta plagiar o poetinha Vinícius: que seja infinito enquanto dure. E assim seguimos.
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