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Agora em outubro, completa sete anos da escolha de Curitiba – e de outras capitais brasileiras – como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Pois bem, aqui foram jogadas algumas partidas tão interessantes quanto um jogo de críquete ou rinha de cães. O legado para a cidade foi a melhoria da Avenida das Torres e, digamos, uma razoável mídia internacional espontânea. Assim como Durban, na África do Sul. E uma rápida acomodação nos hotéis, que gerou lucro abaixo das expectativas.

Com a arrogante imposição da famiglia da FIFA, o padrão dos estádios que deveriam ser construídos ou reformados provocou um frenesi entre governos, empreiteiras e clubes. Para a envergadura do evento, algumas melhorias deveriam ser feitas, é claro. Outros países fizeram sem demolir estádios semiacabados. Foi o caso, por exemplo, do Ellis Park, de Joanesburgo, um palco antigo, maquiado, e aprovado para a Copa de 2010.

Na proposta de Curitiba, o Joaquim Américo saiu na frente. Estava quase concluído, assim como o de Lyon, para Copa da França. O custo e o tempo para adaptar às condições mínimas exigidas, fez daquela Arena (a primeira do Brasil), a mais adiantada obra para receber o Mundial. O custo para a conclusão do fechamento era mixaria. Por essa razão, todos – governo, prefeitura, coirmãos, torcedores, imprensa –, avalizaram o uso do campo do Atlético para abrigar jogos da Copa, ficando o poder público com o ônus do entorno, e melhorias na cidade como um todo.

O resto todos nós sabemos. Demoliram uma obra nova e moderna, como se hoje implodissem o Museu do Olho e erguesse outro pra receber, como exigência, obras de Van Gogh. O resultado é essa dívida de R$ 346,2 milhões. Montante que saiu, em boa parte, e compulsoriamente, do nosso bolso.

Havia um plano B, mais ou menos similar à Arena Pernambuco, onde a parceria público-privada bancava um novo estádio no Tarumã, com exploração comercial de empresas por duas décadas, e para uso compartilhado de Coritiba e Paraná, que negociariam seus velhos estádios. Podendo o Atlético também dele fazer uso. Hipótese, porém, descartada já no aquecimento da ideia, por uma lesão crônica chamada de autofágica “boca maldita”.

Esse empurra-empurra de quem deve para quem, quanto deve e quando vai pagar, não terá solução alguma antes de o homem pisar em Marte. Na velocidade de lesma anestesiada com que caminham os processos, recursos, embargos, ninguém lucra, todos nós perdemos.

É isso que estimula a maracutaia, a legibilidade do engodo, o uso e o abuso do poder.

Festa do interior

O Londrina se aproxima do pódio número dois de futebol brasileiro. Classificando-se para a Série B, gera um novo cenário, assim como os catarinenses surpreenderam com a força do interior. É uma pressão saudável em cima dos clubes da capital.

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