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Penso que, na escala de im­­por­­tância, o que estará em jo­­go amanhã para o Cori­tiba, mais do que o título, é a busca do recorde de vitórias se­­guidas. Igualar-se ao Palmeiras e superá-lo na rodada final seria um marco de repercussão dura­dou­­ra. E é exatamente aí que o Atlético se motiva para não permitir.

Por quê? Porque o Atlético não pode deixar que essa marca, nas mãos e nos pés do rival, sirva para distanciá-lo nas pistas do circuito nacional da fama e da popularidade. Esse recorde, se conseguido, será histórico e talvez até insuperável, pelo menos entre os chamados grandes do futebol brasileiro. Ingênuo seria não admitir que o êxito nacional de um não causasse despeito e danos no outro.

Dentro dessa oratória de tom político-social, dá para dizer que Atlético e Coritiba são potências esportivas emergentes e fazem parte do mesmo bloco que busca uma cadeira permanente no conselho de segurança do C-13. Unem-se na diplomacia de propósitos, mas, a queda de braço para ser o queridinho da elite, é permanente.

Voltando ao jogo, pergunto: então, ganhar o campeonato não é o mais importante para o Coritiba? Claro que é. É e sempre foi sua meta principal. Mas, com o andar da carruagem, apareceu esse fator estatístico de repercussão nacional que, a meu ver, se torna prioritário para o Alviverde. Em relação ao título, uma vitória do Atlético amanhã representa apenas a quebra de serviço, pois o match point da semana que vem, não poderá ser evitado pelo Rubro-Negro.

Deduzo, com isso, que um empate no clássico será uma espécie de tratamento com soro, que alimenta a ambos, mas não satisfaz a nenhum deles. O Coritiba antecipa a comemoração do campeonato, mas não vai para o guinness nacional. O Atlético se nutre com a quebra de vitórias, mas assiste ao rival erguer a taça. Ganhar o jogo, então, não é uma questão de sobrevivência, mas sim de êxtase.

Por essas e por outras, o jogo será o mais importante em todo o Brasil, e a chamada grande mídia nacional já reservou espaço prioritário para o banquete. No cardápio especial para um domingo de Páscoa haverá uma pitada especial de tempero, digna dos melhores chefs três estrelas: a insaciável busca do gol – prazer maior aos olhos dos amantes do futebol –, e que foi materializada pelos dois nas goleadas recentes contra Bahia e Roma.

Controvérsias

Esta foi uma semana de datas significativas: Dia do Índio, Tiradentes e Paixão de Cristo.

Justificava-se o massacre de peles-vermelha como sendo um avanço da civilização. Aqui, nosso herói nacional foi enforcado como subversivo enquanto o reacionário Silvério dos Reis era graduado pelo ato de delação. Por fim, a dúvida se Judas teria de fato traído Jesus. Se assim o fez, justifica essa brincadeira insana da malhação?

A arbitragem é e será sempre controversa. Há que se perdoar Sua Senhoria que, como qualquer um de nós, num lapso de segundos, pode falhar. Boa sorte, Roman!

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