Uma das estratégias para alcançar o êxito e manter um grande time de futebol, é conservar o técnico. As equipes que marcaram época são exemplos disso. Rinus Michels (Holanda), Luís "Lula" Alonso (Santos), Béla Guttmann (Hungria), Fleitas Solich (Flamengo), Telê Santana (São Paulo), e por aí vai.

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Não lembro aqui no Paraná treinador que tenha ficado mais tempo dirigindo um clube vencedor do que Félix Magno. Este uruguaio treinou Atlético e Ferroviário, mas foi com o Coritiba, na década de 50, que ganhou vários títulos seguidos.

Geraldo Damasceno também rodou pelos três grandes, mas sem ficar muito tempo em cada um deles. Assim mesmo foi um vencedor, criando um método de trabalho e enraizando-se na cidade. Todos eles são referências positivas por se identificarem com os clubes e com a cidade, coisa rara nos tempos atuais.

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Não é prudente, porém, chegar ao exagero de 25 anos seguidos treinando um mesmo clube. Coisa para inglês ver, e Alex Ferguson, do Manchester Uni­­ted, aceitar. Dentro de uma cultura como a nossa, ninguém aguentaria um sujeito sentindo-se dono do clube por tanto tempo. O exemplo clássico então é Pep Guardiola, do Barcelona, que desde 2008 comanda o melhor time do mundo, período em que o Atlético, por exemplo, teve 14 treinadores.

Hoje Marcelo Oliveira relembra os grandes momentos vividos por clubes bem organizados, e se mantém no Coritiba com tranquilidade para trabalhar. Suportou a ciranda implacável que rodeia os treinadores. Fica para o ano que vem, com ou sem Libertadores.

Neste quesito, o Atletiba de amanhã começa com goleada: 6 x 1 para o Atlético. Antônio Lo­­pes é o sexto treinador do ano no Rubro-Negro. Isso faz uma diferença enorme e é a razão principal, talvez, da situação e propósitos dos dois clubes no clássico de amanhã.

Além disso, as orquestras diferem muito em harmonia, métrica, ritmo e andamento. Fica mais fácil para o maestro Marcelo Oliveira reger fora de campo do que Paulo Baier dentro das quatro linhas. O coral rubro-negro soa inconcluso, e seu líder busca forças sei lá onde.

O Coritiba é o favorito. Está superior e os números atestam – melhor saldo de gols, contra o pior ataque da competição. Diante disse tudo, dá para dizer com tranquilidade que o Coritiba será o vencedor, certo? Errado. No futebol não há explicação científica. O Fluminense tinha 1% (bem menos do que o Atlético atual) de chance de escapar do rebaixamento em 2009, e não caiu. Nada é absoluto, mas tenho absoluta certeza de que mudança de técnico não é a medida mais aconselhável para deixar de roer as unhas.

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