• Carregando...

O título acima foi pensado antes do texto e pode soar como alguma coisa relacionada com segurança, informação, serviço secreto, sei lá. Nada a ver, até porque meu santo não bate com o de quem vive nessa área sombria. Quero me referir ao setor de inteligência dos clubes, fora do campo de jogo, onde deve atuar o diretor de futebol. Existe hoje uma carência absoluta para esta função, o que provoca um buraco negro na maioria dos clubes brasileiros.

Diretor de futebol sempre foi uma espécie de meia de ligação entre presidência e atletas. É o camisa 10 da estrutura diretiva de um clube. Sem ele o voo é sem escala, e sem escala não há aquela cartilagem que amacia o diálogo entre a chefia e o vestiário. E que provoca o atrito.

Os novos tempos criaram neologismos como gerente disso, supervisor daquilo, gestor não se sabe de quê, e por aí vai. Mas os moços que preenchem esses cargos, não expressam conhecimento nem paixão. Apesar de muito bem recomendados por lobistas e docilmente remunerados pelo clube.

Nesta semana participei de uma homenagem que a ÓTV prestou ao Munir Calluf pelos dez anos de sua morte, e fiquei a imaginar quanto o futebol local perdeu por não saber (ou não querer) aproveitá-lo mais a fundo. Munir foi o mais completo profissional da área que tive a felicidade de conviver, incluindo aí muitos que passaram pela seleção, que há tanto tempo acompanho. Munir estava além do tempo, e faz muita falta.

Os clubes precisam para este setor de inteligência, de alguém que saiba contratar e harmonizar as peças. Assim como a melodia precisa do arranjador musical, que mesmo sem ser necessariamente virtuoso em instrumentos, sabe tudo sobre os recursos sonoros e musicais de vários deles. Leigos como eu em relação à música, percebem a diferença.

Em tempo

Outro dia fiz uma menção aqui, dizendo que alguma coisa mágica existe no curso de Educação Física da UFPR. Não por acaso – citei vários nomes –, muitos carregam invejável histórico profissional. Corri o risco de, ao destacar pessoas, pecar pela omissão de outras. O reparo que faço agora vem do querido amigo Antonio Loyola Vieira, que lembra, entre outros, de Frega, Vidal, Jair Henrique, Matter, Otavinho e o Seixas.

Devo acrescentar que o desembargador Loyola, não está no top list mencionado. Compreensível, claro, para quem conhece a modéstia e a humildade que o caracteriza. Loyola foi atleta de vôlei e basquete, e preparador físico de Coritiba e Colorado. Já mesclava conhecimentos da área, com uma bagagem cultural que fazia toda a diferença. O que até hoje é raro. Desculpe Loyola, mas eu não posso deixar de incluí-lo no rol que você me enviou. E, como diria Jânio da Silva Quadros em tom de brincadeira, "fi-lo porque qui-lo".

Dê sua opiniãoO que você achou da coluna de hoje? Deixe seu comentário e participe do debate.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]