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Por que hoje é sábado, dia de muito trabalho para manicuras e pedicuras, vamos falar de pés e mãos, a base prática para todos os esportes. Estamos a um ano da Olimpíada do Rio, oportunidade para as crianças e a população de um modo geral vivenciar as mais diferentes modalidades e refletindo sobre o futebol.

Nos esportes coletivos praticados com as mãos, demos um grande salto no vôlei, subimos no basquete e estamos muito bem no handebol. Concluo que o vôlei brasileiro é a maior referência para o futebol, e a dupla Bernardinho-Zé Roberto pode colaborar muito mais do que Leão ou Lazaroni. Zé Roberto foi, inclusive, gerente de futebol do Corinthians.

Só do ano 2000 para cá, Bernardinho e equipe conquistaram 16 títulos em vinte torneios disputados. Zé Roberto é o único no mundo do vôlei a ganhar três ouros olímpicos. Há outros números incríveis. O vôlei brasileiro tem administração de qualidade, planejamento – já está sendo formada uma base para 2024 –, jogadores de ponta e dois técnicos revolucionários em conceitos táticos.

Das mãos para os pés, há um choque. Vergonha e humilhação, desde a infâmia cometida pela dupla Felipão/Parreira – semana que vem haverá a missa de um ano do 7 a 1 – até o vexame da Copa América. O futebol brasileiro se tornou complacente, descansou sobre os louros da história de sucesso da seleção. O vôlei é obsessivo por vitórias.

Na base do futebol, é proibido o drible, o improviso e a alegria. Falta a dança de gafieira nos gramados. Temos aqui o Carlinhos de Jesus e buscamos técnicos do balé Bolshoi.

É difícil resgatar nossa essência, sem escorraçar a cúpula da CBF. O modelo e êxito do vôlei são exemplares. Não vejo solução em curto prazo para as Eliminatórias e Olimpíada, exceto se Bernardinho e Zé Roberto se dispusessem, nas horas de folga do vôlei, a dar uma mão para o futebol.

Para um esporte que vem perdendo tudo, resta pouco ou quase nada de tempo e alternativas. Prefiro então que ouçam quem deu certo no vôlei, do que uma comissão que jamais criou um estilo vitorioso, e que é primária em planejamento.

Seria trocar os pés pelas mãos? Até pode. Talvez uma doce loucura. Seja na expressão idiomática ou literalmente. Mas não há tempo a perder. Mãos à obra e pé na tábua.

Garrincha e Messi

O povo chileno é privilegiado e ao mesmo tempo infeliz. Privilégio teve ao ver Garrincha no mesmo campo que hoje recebe Messi. A felicidade, porém, nunca é plena. Os dois artistas da bola não nasceram chilenos.

Adaptando para o pensamento de uma bola, este trecho do poema de Neruda, cairia bem para Garrincha e Messi: “Se amo os teus pés é só porque andaram sobre a terra e sobre o vento e sobre a água, até me encontrarem”.

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