Daqui a pouco, o assunto será Jogos Olímpicos, e a mesmice sobre o futebol vai dar uma trégua. Por enquanto, este rolo compressor de Copa do Brasil, Brasileiro, Libertadores, Copa dos Campeões é que comanda o espetáculo. O futebol por ser o esporte mais apaixonante, porém, sempre oferece um gancho polêmico, ou ao menos possibilita a busca de um tema para reflexão.

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Estou numa fase de assistir a tudo no campo do esporte. Um pouco por vocação profissional, e muito a procura de novidades que, diga-se, não são muitas. Creio que nasci respirando esportes - o futebol em particular -, na prática e na teoria. Desde as peladinhas do fim da tarde, até os jogos de botão à noite. Finais de semana, indo aos estádios ou escutando as transmissões pelo rádio. O jogo de botão foi uma loucura, fanatismo puro. O que, aliás, me clareia na teoria o visual que observo na prática.

Acho bacana esse negócio de análise tática. Eu tive uma verdadeira obsessão pelo futebol de mesa, que mexe a cada instante com esquemas. Foi precioso para o meu aprendizado, mas por outro lado procuro poupar palavras, senão, satura. Não é o mais importante para o torcedor. Em alguns jogos, ao vivo ou pela tevê, me concentro como lama tibetano ao encontro da graça divina. Foi o que aconteceu quarta-feira, com Barcelona e Bayern.

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Os analistas pareciam preocupados em “psicografar” as mensagens dos treinadores. Um exagero. De repente, tudo ficou em segundo plano quando a individualidade de Messi e Neymar arrasou em minutos todas as teorias. O gênio solo é soberano; dois gênios é sopro divino. E aí é que está a graça de tudo. Seja no futebol ou não.

Não tive a felicidade de ver Kocsis e Puskas juntos, mas em compensação assisti ao vivo a Jordan e Magic Johnson, Lennon e McCartney, Tom e Vinícius, Paula e Hortência, e Pelé e Garrincha. Dois gênios em cena potencializam uma força tamanha, que transcende. Pelé e Garrincha jogaram juntos pela seleção, 59 partidas, todas sem derrotas.

É muito raro agregar gênios. Baixando um pouco: aqui, no trio de ferro, não há gênios, craques, nem grandes jogadores. Quando o nível é muito baixo, o mais sensato é criar pelo menos um par que se entenda. Paquito e Abatiá, Saulo e Adoilson, Washington e Assis formaram grandes duplas. Sem o companheiro, não passavam de bons jogadores.

Atlético, Coritiba e Paraná estão ao Deus dará. Sem alternativas, contratar uma dupla entrosada é mais importante que criar esquemas táticos ou individualidades enganosas. Prefiro Pena Branca e Xavantinho a Michel Teló.