O futebol uruguaio está nivelado ao argentino em megaconquistas: medalha de ouro em duas Olimpíadas e dois títulos Mundiais. Tem um histórico de grandes jogadores, e por isso eu admiro muito este passado brilhante. Em 2002 tive o privilégio de conhecer, conversar e principalmente ouvir Schiaffino, campeão mundial pela Celeste, e considerado por muitos como o maior jogador que o Uruguai já teve.

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A entrevista aconteceu na casa de praia de Montevidéu, onde o ídolo uruguaio vivia com sua mulher, dona Isabel. Conversamos sobre a final da Copa de 50; sua passagem pelo Milan e seleção italiana; Pelé, enfim. Entre tantas coisas, Juan Alberto Schiaffino me falava da esperança que trazia em rever o seu Peñarol disputando títulos internacionais. Este papo agradável aconteceu alguns meses antes de sua morte, ocorrida no final daquele mesmo ano.

Na última quinta-feira, assistindo pela televisão ao jogo entre Velez e Peñarol, lembrei-me daquele encontro. Mesmo sem esplendor técnico, mas com envergadura, o Peñarol de hoje voltou a ser aquele time carismático das grandes conquistas. Vai decidir o título da Libertadores com o Santos, numa final romântica que nos leva ao baú do futebol.

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Lembro que o primeiro título sul-americano do Peixe foi contra este mesmo Peñarol. Nos três jogos decisivos, o Santos ganhou no Estádio Centenário e perdeu na Vila Belmiro. Pelé, contundido, não jogou em nenhuma delas, mas esteve na final em Buenos Aires. Foi um show com direito a tabelas e conclusões memoráveis de Pelé e Coutinho. Três a zero para o Santos. O Peñarol, de Spencer, Matosas, e outros, era até então bicampeão da América do Sul e campeão mundial interclubes.

Claro, os tempos são outros, mas Schiaffino, onde estiver, estará feliz com retomada do futebol uruguaio. E da tradição deste clássico Santos e Peñarol, sairá o rival do Barcelona, no Mundial.

Apogeu e vice

A pergunta que não quer calar: o Coritiba será campeão na quarta-feira? Ouço todos os dias, do porteiro do prédio ao taxista. É percebível a fase ascendente do Vasco, enquanto o Coritiba chegou ao apogeu um pouquinho antes, entre o título paranaense e a goleada no Palmeiras.

Por outro lado, o adversário é campeão mundial de... vice-campeonatos. O que o Vasco da Gama perdeu em decisões, principalmente em clássicos com o Flamengo – sem esquecer os mundiais contra Corinthians e Real Madrid –, é de tirar o fôlego. E este é um jogo decisivo.

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Mas não gosto de ficar em cima do muro. Entendo que se Léo Gago incorporar o talento que possui, chamar o jogo para si e empurrar Davi, Rafinha e Marcos Aurélio (se for escalado) para a intermediária do Vasco, o "Vulcão do Alto da Glória" comemora o título.

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