Como perder seis meses em um semestre na administração do futebol". Ou "Tudo o que você não deve fazer, de jeito nenhum, no comando da bola". Se Mario Celso Petraglia assim desejasse, poderia muito bem lançar uma espécie de workshop às avessas com um dos títulos acima sugeridos. Nada de teorias mirabolantes, despregadas da realidade. No conteúdo das palestras, a experiência, a prática, os bastidores totalmente revelados, da campanha até então do Atlético em 2012. Boto fé que seria um sucesso estrondoso.

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Na mesma linha do que Ricardo Drubscky disse após a derrota para o Ceará, no sábado, "vamos começar do começo". Tudo parte da montagem equivocada do elenco. Assim sendo, o ideal é delegar essa tarefa – fundamental para o insucesso da empreitada, ou "projeto", ou "política", como alguns preferem denominar – para uma pessoa inexperiente no cargo. O Furacão escolheu Sandro Orlandelli: boa pedida.

Orlandelli tem histórico no futebol. Foi jogador de futsal, trabalhou nas categorias de base de diversos clubes e foi olheiro do inglês Arsenal, o que, convenhamos, não é qualquer coisa. De quebra, é graduado em Educação Física e tem pós-graduação em Gestão Esportiva.

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No entanto, recebeu sua primeira oportunidade como diretor de futebol no CT do Caju. Desde que passou a tocar o barco, quase nada deu certo. Das contratações indicadas por ele, apenas Zezinho aprovou. Por outro lado, a lista de micos é considerável, a começar pelo atacante Léo Mineiro, que veio, mal jogou e já se mandou para o Ipatinga.

Mas não foram somente as novidades que deram errado. As manutenções e os retornos de jogadores foram igualmente ruins. Uma mistura de atletas que fracassaram no Brasileiro 2011, com eternas promessas, mais boleiros que não se firmam em lugar nenhum. Se não bastasse, ainda foi montada uma equipe sub-23 que até agora ninguém entendeu exatamente qual a serventia.

Para comandar toda essa rapaziada em campo, Juan Ramón Carrasco, um técnico estrangeiro, estranho à cultura do futebol nacional e com fama de muy loco. Que acabou demitido – veja que incrível coincidência – por ter comprovado o histórico de improvisações e escalações estapafúrdias. Menos mal, deixou as outras duas contratações que serviram: Ligüera e Gabriel Marques.

Tem mais. Seguindo o manual, para que a frustração perdure, é imprescindível se comprometer com o equívoco. Foi o que o Rubro-Negro fez ao substituir Carrasco por Drubscky como treinador, outro novato em posição absolutamente estratégica. Com passagens somente por clubes nanicos, o mineiro pegou o Atlético em situação delicada e, como se poderia prever, nada mudou. Faltaram os "cases" Morro García e Guerrón? Pois é, teremos de abrir uma segunda palestra.

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