A pressa é o grande adversário do nosso dia a dia. Para economizar tempo, processamos qualquer informação e tiramos conclusões instantâneas, o que muitas vezes leva à precipitação. É o caso da carta do elenco do Coritiba para Vilson Ribeiro de Andrade. Antes de qualquer conclusão, é preciso levar em consideração o seguinte:

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1) A carta foi escrita para ser divulgada. Se o clube não tivesse resolvido o problema do direito de imagem, a carta seria, naqueles termos, vazada para a imprensa;

2) O motivo da carta se esvaiu pela ação individual dos cinco jogadores do Coritiba que tinham direito de imagem – em atraso – com o clube. Deivid (na Justiça), Lincoln (transferência para o Bahia), Keirrison (renovação), Leandro Almeida e Chico (negociação da dívida) procuraram a solução por conta própria enquanto o restante do elenco se posicionava como escudo. Acabou o problema, acabou a necessidade da divulgação da carta (não necessariamente as queixas expostas ali). Tanto que os boleiros alviverdes foram pegos de surpresa com o envio do material ao Luiz Betenheuser;

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3) A carta havia circulado dentro do elenco alviverde, um conjunto de mais de 30 jogadores. É ingenuidade acreditar no sucesso de um segredo guardado entre 30 e poucas pessoas;

4) Mais do que dinheiro, o problema tratado na carta é a forma como o elenco se sentiu exposto por Vilson em algumas entrevistas do ano passado. Mais especificamente, na saída do campo após a derrota para o Criciúma e dois dias depois, ao Globo Esporte. As entrevistas em que Vilson cobrou vergonha na cara dos jogadores. A partir dali, a porta do vestiário se fechou para Vilson. Por isso a composição do departamento de futebol deste ano com três diretores em diferentes níveis – Tcheco, Paulo Thomaz de Aquino e Mario Mazzucco. Com a divulgação da carta, essa distância fica ainda maior;

5) As poucas manifestações do Coritiba botaram um carimbo político no vazamento da carta. É uma resposta fácil, ainda mais sem apontar uma origem específica. Essa motivação política para o vazamento não deve ser descartada (refiro-me ao envio do material ao blogueiro). Mas não pode servir para encobrir os dois pontos centrais da carta – atraso do direito de imagem e a forma como os jogadores foram expostos em algumas entrevistas do Vilson no ano passado. Dois pontos já resolvidos;

6) As maiores críticas contidas na carta são ao perfil de administrador do Vilson Ribeiro de Andrade, o grande cartão de visitas do presidente alviverde. É um ponto que vale ser observado com maior atenção, tanto para frente como para trás, para que se tire uma conclusão apurada do lugar de Vilson e sua gestão na história do Coritiba.

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