Simuladores são uma perdição. Como se já não bastasse o do Brasileirão, em que dá para perder uma noite de sono conspirando com o auxílio dos números sobre vaga na Libertadores e briga contra o rebaixamento, agora inventaram um simulador dos grupos da Copa do Mundo. Parei com a brincadeira quando cheguei a um grupo do Brasil que me agradou no bolão da editoria: Brasil, Inglaterra, Rússia e Austrália. Uma chave difícil, mas que eu não consigo chamar de grupo da morte.
Aliás, as horas, digo, minutos, gastos no simulador deixaram claro que é muito mais fácil termos grupos pouco empolgantes do que aquele grupo da morte que todos temem, com três campeões mundiais e um time xarope como México ou Estados Unidos. Muito mais fácil nos depararmos com Colômbia, Bósnia, Honduras e Nigéria ou Alemanha, França, Argélia e Costa Rica. Abaixo de todas expectativas mais catastrofistas.
Outro ponto questionável é o conceito de grupo da morte. Claro que ninguém quer encarar dois campeões mundiais, mas uma chave como a que os algoritmos me indicaram é uma boa. Tem um campeão mundial, um europeu de médio porte e um "oceânico" de jogo mais físico. A classificação é viável, com o bônus de entrar no mata-mata após ter feito três bons testes.
O pior grupo da morte é o do vizinho. O Brasil cruza com o Grupo B. Imaginem um Grupo B com Espanha, Itália, Inglaterra e México. Seja quem for, o segundo colocado será um time perigoso, que chegará ao mata-mata desgastado, porém motivado por ter sobrevivido. Assim, a sorte pode estar em ficar no grupo da morte. E o azar, em cruzar com um sobrevivente no primeiro duelo eliminatório. Combinações que o simulador já oferece como um vendedor de doce na porta da escola. Por enquanto, está fácil correr para o carro e ir embora para casa. Pelo menos até o sorteio de hoje.
Alarmismo
Vejo um alarmismo bobo pela ausência de representantes de Curitiba na exibição do vídeo das sedes, quarta-feira, na Costa do Sauípe. É uma vergonha. Fato. Mas muito menor do que o atraso na obra do estádio, a indefinição sobre qual percentual do orçamento caberá a cada parte, a postergação em dois anos do pagamento do primeiro empréstimo da Arena, o avanço a passo de tartaruga das obras de mobilidade, o pito público do Valcke na terça-feira, apontando a Arena como o estádio mais atrasado. É como se tudo isso pudesse acontecer, desde que a vergonha não se tornasse pública. Faltou alguém para dar o play no vídeo ou panfletar no estande, então temos uma crise. Não. Isso é consequência, não causa do pouco empenho com a Copa em Curitiba.
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