Temporada encerrada em campo, a atenção se volta para a eleição do Atlético. A disputa eleitoral, mantida em fogo brando enquanto o time lutava contra o rebaixamento, vai ferver de agora até o dia da votação, seja 15 ou 18 de dezembro. Este tempo será valioso para clarear a posição de cada grupo e a influência que o descenso terá na escolha do próximo presidente.

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Já ficou claro que ninguém quer associar sua imagem à do presidente Marcos Malucelli, algo que deve se acentuar nos próximos dias. O que é uma tentativa dos dois lados de moldar a verdade da maneira que lhe é conveniente.

Petraglia teve Malucelli como diretor jurídico por anos. Entregou a ele o futebol do Atlético em 2008, quando o rebaixamento parecia inevitável. Costurou e apoiou a candidatura de Malucelli à presidência. Ou seja, Petraglia confiou a Malucelli questões jurídicas (fundamentais para garantir a fluidez administrativa), o futebol (atividade para a qual o Atlético existe) e a presidência (a condução do clube).

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Diogo Fadel Braz é vice-presidente do Atlético. Participou das decisões tomadas na Baixada nos três últimos anos. Assim, das duas, uma: ou concordou com o que estava sendo feito ou discordava e se omitiu. É o vice-presidente rebaixado. Queira ou não, está no seu currículo.

Para ambos, Petraglia e Fadel, falar em traição, ideias diferentes, etc. é mero paliativo, é tentar reescrever o passado.

E aí chegamos ao rebaixamento em si e o seu reflexo na eleição ru­­bro-negra. Pode-se falar em avan­­ço administrativo ao longo da gestão Malucelli; de superávit; que o Atlé­­tico se tornou mais aberto e democrático; que a queda foi apenas o desfecho de uma série de erros na condução do futebol, que começou no meio da década passada e mais cedo ou mais tarde levaria o clube à Série B. Todas as premissas são verdadeiras, mas há duas diferenças fundamentais e interligadas: a diretoria errou mais na gestão do futebol neste ano.

Na teoria, o rebaixamento de­­veria favorecer Petraglia. Ele já percorreu o caminho de saída da Série B em uma situação pior, há mais acertos que erros no seu currículo dentro do clube e, mesmo se salvando aos trancos e barrancos, o Atlético não caiu na mão dele. Na prática, é impossível cravar. O Atlético perdeu o rumo quando Petraglia passou a centralizar o poder. Era comum, nos últimos anos da era Petraglia, dirigentes se esquivando de responder sobre qualquer tema. Clara demonstração de desconhecimento do assunto (a palavra final sempre era de Petraglia) e de medo de desagradar o dirigente. A dúvida sobre qual Petraglia estaria à frente de uma eventual nova gestão é o que torna incerta sua vitória mesmo diante do rebaixamento.

Divisão de poder, rebaixamento, finanças, capacidade de reerguer o clube, Copa na Arena. Todos esses fatores terão peso na eleição, mas analisados individualmente, não como o pacote pronto que as duas chapas tentam vender. Se o Atlético caiu para a Série B, os dois lados têm culpa.

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