Logo que chegaram ao Maracanã, os jogadores do Atlético sacaram seus celulares e tiraram várias fotos. Deixaram o estádio com uma paisagem bem mais agradável, o placar de 4 a 2 contra o Flamengo.
O começo do jogo não indicava esse final. O Atlético foi atropelado nos primeiros 15 minutos. Sem conexão entre os setores e com um rombo do lado esquerdo da defesa, tomou dois gols e merecia mais. Começou a reagir quando Fran Mérida encontrou seu espaço, entrou no jogo e fez o gol. Foi a grande aposta de Mancini, que acertou com espanhol. Também acertou com Dellatorre e Róger, que entraram no segundo tempo para dar mais agressividade ao Furacão em um jogo insano, de alta velocidade dos dois lados.
Nesse cenário, prevalece quem está mais bem preparado fisicamente. Quando o fôlego passou a fazer diferença, o Atlético atropelou. E saiu do novo Maracanã com a melhor recordação possível.
Novo rumo
Após perder para o Galo, Vilson Ribeiro de Andrade falou em mudança no planejamento do Coritiba. O primeiro sinal de mudança apareceu contra o Goiás, com a aposta em Abner, Jânio e Dudu. Os três ganharam a disputa com atletas contratados esse ano. Seria uma admissão de que o Coritiba fez mal o mercado em 2013? Há sinais disso, mas ainda é precipitado fechar a questão.
Apostar nos garotos no Couto Pereira é uma estratégia certeira contra a ala mais arisca da torcida. Mesmo os mais cornetas têm uma paciência com a piazada que não existe com quem vem de fora. Esquentar o banco costumeiramente mexe com o brio de um jogador que veio com status de titular. Pode ter sido um alerta mais ostensivo. Com a Sul-Americana ali na esquina, não se deve descartar que os "veteranos" foram poupados para o torneio internacional. A atualização da lista de inscritos para o confronto com o Itagüi permitirá comprovar ou descartar essa hipótese.
Curiosa a maneira como os três garotos chegam ao time de cima. Abner teve a ascensão geralmente reservada a fenômenos: saltou direto do sub-17 para o profissional. Jânio e Dudu fizeram caminho condizente com o projeto do clube. Destacaram-se na base, foram emprestados para ganhar quilometragem e retornam para serem aproveitados no profissional. É uma adaptação futebolística da ideia que as classes A e B no Brasil têm de seus filhos, que precisam encarar um intercâmbio no exterior para ralar um pouco antes de encarar a vida adulta da faculdade e do mercado de trabalho. Engraçado, até, que em um momento de questionamento brutal do planejamento do clube, uma opção que atrai a simpatia da torcida seja tão dentro do projeto.
O concreto é que algo precisava ser feito em relação ao baixo rendimento da equipe. Se o departamento médico não esvazia e o mercado não tem opções melhores, o treinador fez o que estava ao seu alcance. E colheu bons resultados na primeira experiência.
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