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O Atlético errou tanto em 2011 que resta apenas uma bala no tambor para salvar a temporada. Quem tem tão pouca munição deveria fazer uma aposta mais segura na escolha do novo treinador. Definitivamente, Diego Aguirre não é o que se possa chamar de "a aposta mais segura" no momento.

Não contesto a qualidade de Aguirre como treinador. Ele sobreviveu com o Peñarol a um dos grupos mais difíceis da Libertadores e avançou até a final jogando um futebol veloz e traiçoeiro fora de casa (o que seria útil para o Atlético), mas nem sempre tão eficiente no Centenário (o que é um problema para quem está ameaçado de rebaixamento).

Está melhor hoje do que em 2009, quando dirigiu a mais talentosa geração do futebol uruguaio das duas últimas décadas. No Sul-Americano, acabou em terceiro lugar, deixando a vaga olímpica escapar no último jogo. No Mundial, parou nas oitavas de final no Brasil de Ganso e Giuliano. Desempenho tímido para quem tinha em mãos promessas como "El Morro" García, Coates, Viudez, Abel Hernández e Lodeiro.

Diego Aguirre precisaria de um tempo para se adaptar ao clube e ao Brasil. Precisaria de um tempo para dar o choque de autoridade que o desinteressado vestiário atleticano exige. Como me disse uma pessoa influente na Baixada, o elenco não se mobilizou para derrubar treinador nenhum, mas também não faz força para ajudar. Quando a situação chega a esse grau de "boleiragem", qualquer coisa vira motivo para não atender às exigências do treinador. Pode ser a inexperiência do comandante, como também pode ser o fato de ele vir de outro país.

Com mais tempo para trabalhar, Diego Aguirre seria o nome ideal para fazer uma boa história no Atlético. Mas como tempo é algo que anda em falta na Baixada, Aguirre corre o risco de ser uma boa aposta na hora errada. Ao contratá-lo, a diretoria rubro-negra deve ter plena consciência de que está assumindo este risco. E que será a maior culpada caso a aposta dê errado.

Caro ou barato?

O Atlético quer um técnico linha dura, capaz de dar uma sacodida no elenco. Acredita que encontrará essa virtude em Diego Aguirre. Também sabe que irá encontrá-la em Celso Roth ou Dunga, outros nomes negociados. Com Roth, pega o alto salário. Mas já não seria o caso de pesar qual o maior dos prejuízos: romper o teto para pagar um técnico com o perfil que o clube precisa ou passar um ano na Série B?

Aqui não

Cuca reluta em aceitar o convite para treinar um time de Curitiba. Teme que ele e sua família percam a paz à medida que o trabalho for avançando. Levir Culpi tem a mesma postura e Adilson Batista provavelmente pensará duas vezes na próxima vez que for chamado por alguém do trio de ferro. A pressão insana do futebol expulsa os treinadores das suas próprias casas.

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