Entre as centenas de lugares-comuns do futebol está o de que clássicos são campeonatos à parte. O Atletiba de domingo confirma essa ideia. Será um campeonato emocional com impacto direto no campeonato por pontos, o Brasileiro. Matematicamente, os pontos ganhos ou perdidos na Vila Capanema não serão decisivos ou irrecuperáveis. Já o efeito do resultado no ânimo das duas equipes tem o poder de indicar onde Atlético e Coritiba estarão quando a competição terminar.

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Para o Atlético, mandante, vencer o rival será a resposta perfeita às duas derrotas consecutivas, para Vitória e Grêmio. O impulso necessário para fincar bandeira no G4 e estar confortável na tabela no fim do mês, quando tiver de deixar o Brasileiro de lado para enfrentar o Internacional, pela Copa do Brasil.

Uma derrota para o rival em crise fatalmente colocará em dúvida o potencial da equipe. Não só externamente, algo controlável, mas dentro da cabeça dos próprios jogadores e do técnico Vagner Mancini. Seria a terceira derrota consecutiva, para um rival cambaleante e próximo do rebaixamento. Um golpe duro no excelente trabalho rubro-negro, com resultado acima do que se deve exigir de quem acaba de voltar da Série B.

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O sucesso do Atlético no clássico dependerá de como o time irá lidar com a condição de favorito, algo inédito nos confrontos deste ano com o Coritiba. Também da consciência necessária de que, para vencer, esse Atlético precisa estar ligado no jogo desde o início. A superioridade física e o ajuste da equipe parecem ter passado a falsa impressão de que o Furacão pode jogar mal no primeiro tempo, que resolverá tudo na etapa final. Foi assim contra o Flamengo, mas não contra Vitória e Grêmio.

A luz que o Coritiba procura para sair do buraco precisa vir do Atletiba. Depois de tantas derrotas e atuações ruins, bater o rival na condição de azarão dará ânimo e tempo para o Coxa se reorganizar e fazer a pontuação suficiente para não ser rebaixado.

Na mão oposta, óbvio que uma derrota terá efeito devastador no Alto da Glória. Mais do que o mau futebol, assusta a incapacidade de reação. As três últimas partidas (Flamengo, Náutico e Itagüí) colocam o Coxa, ao lado do Vasco, como time de pior futebol da Série A hoje. Repetir o futebol e a postura deixarão o time perto de sofrer um atropelamento do rival.

O grande desafio do Coritiba é mudar a sua história no Brasileiro com os jogadores que tem à disposição. O elenco foi mal-formado, as contusões atrapalham, a sequência de partidas tiram da equipe a possibilidade de treinar. Ok, mas essas são questões irreversíveis nesse momento. A roupa que o Coxa tem é essa, com Escudero, Diogo e Iberbia na lateral; Bill, Júlio César e Vitor Júnior no ataque; Lincoln e Bottinelli no meio etc. É daí que o time terá de construir sua reação, e não pode passar do Atletiba de domingo.

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