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Não vou chegar ao absurdo de dizer que a Série B fez bem ao Coritiba. Mas é inquestionável que os erros do primeiro ano na Segundona estão sendo decisivos para a campanha da atual temporada. O primeiro acerto foi na escolha no treinador. Ao invés de apostar em técnicos medianos que tiveram lampejos na carreira (como Estevam Soares e Paulo Bonamigo) ou iniciantes sem pedigree (Macuglia), a diretoria investiu em um comandante com experiência e sucesso comprovados em lidar com times com a auto-estima arranhada. Vide a seleção jamaicana masculina e brasileira feminina, duas equipes que sofriam, acima de tudo, com enorme preconceito baseado em estereótipos (seja do reggae boy usuário de maconha, seja da mulher masculinizada que joga bola), e se tornaram cartas de referência de René Simões.

O Coritiba está prestes a se transformar na nova jóia do portfólio do treinador. Confesso que, quando René chegou, achei que seu discurso carregado de metáforas e métodos motivacionais cansaria os jogadores em no máximo três meses. Mas o discurso vem sendo renovado constantemente e mesmo o seu trabalho tático – questionável pelas mudanças constantes na equipe ou pela insistência com algumas opções – tem dado resultados incontestáveis. Já foi o suficiente para manter o Coxa entre os quatro melhores. Agora, começa a fazer o time sobrar na competição.

A diretoria também tem dado sua contribuição. Restringiu-se aos bastidores, como toda a cúpula diretiva deveria fazer. Assim, evitou os atritos com a torcida que vimos no ano passado e tanto atrapalharam o Coritiba. Hoje, a torcida está, para usar um termo da bola, totalmente fechada com o time, combinação que, desde sempre, resultou em volta à Primeira Divisão.

Nas suas poucas aparições, a cúpula alviverde tem apresentado boas sacadas, como a do bicho-família. Uma maneira de premiar os familiares pelo sacrifício que representa ter um jogador de futebol e seu horário pouco convencional em casa, mas também uma motivação extra para os boleiros. Afinal, quem vai diminuir o ritmo ou tirar o pé sabendo que isso pode custar um prêmio inesperado para alguém muito especial?

Péssima hora

A eleição do Paraná está marcada para novembro, bem no meio da reta final do Brasileiro. É questão de inteligência e sobrevivência mudar o pleito para dezembro ou janeiro. Caso contrário, será impossível a política não contaminar a bola. Combinação que, desde sempre, resultou em rebaixamento.

No limite

A capa do Esportes de hoje mostra dois lados do público surpreendente na Arena, domingo. A queda do muro ajuda a explicar o salto na capacidade para mais de 25 mil lugares. Já a maneira como o torcedor do Paraná foi tratado mostra um lado bem mais sombrio da partida. O desejo de ter o apoio de um número maior de torcedores não justifica, de forma alguma, deixar o visitante sem banheiro, lanchonete e confinado junto ao muro. E se houvesse uma confusão no setor, o que aconteceria aos paranistas? Seriam prensados na parede ou teriam de pular para o campo. Um risco elevado demais que se assumiu e que poderia ter acabado em tragédia.

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