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No sábado à noite, ouvindo Ponte Preta x Botafogo, me deparei com uma curiosa informação. Com ar de satisfação, a repórter noticiava que o clube carioca estava colocando as contas em dia. O atraso nos salários estava em "apenas" um mês e faltava apenas pagar todas (eu disse todas) as premiações do ano.

Não dá para considerar estável a situação financeira de um clube que deve um mês de salário + direito de imagem e todas as premiações de um ano que já está na metade. Como também não é mais aceitável que os clubes façam dívidas superiores às suas receitas reais.

A Europa já discutiu e está em via de implantar o fair play financeiro. No Brasil, passou da hora. Deveria haver um agência que regulasse as contas dos clubes. Os balanços financeiros permitem saber quanto de arrecadação o clube já tem previsto para aquela temporada. Também é possível tirar um média do arrecadado nos últimos anos, para projetar o quanto essa receita ainda pode aumentar. A partir desse número, estipula-se um orçamento salarial para aquele clube e a diretoria que se vire dentro disso.

Acha que determinado técnico ou jogador merece ganhar mais? Ok, então estipula um bônus vinculada ao desempenho. Se o desempenho for bom, o clube terá um extra de bilheteria, premiação, associados e venda de produtos licenciados. Tira o bônus desse bolo. Um orçamento muito mais real do que a ilha da fantasia em que vivemos, onde times se reforçam em cima de promessas milionárias que nunca serão cumpridas e em que ter um mês de salário atrasado é considerado normal.

Alô, Procon!

Semana passada, André Pugliesi relatou com espanto ter precisado gastar 8 reais em um prosaico cachorro-quente no Maracanã, antes do Brasil x Inglaterra. Sinto informar ao criador do mítico JdeM que isso é troco de pinga. Na Arena do Grêmio foram 13 dilmas para um pão com linguiça e queijo.

As lanchonetes de estádio, que já cobravam acima do aceitável, perderam a vergonha de esfolar o bolso do torcedor depois de passarem a integrar "praças de alimentação das novas arenas da Copa". Não há justificativa para esse assalto. Se o produto for bom e tiver um preço honesto, o torcedor consumirá em dobro. O lucro estará garantido e não haverá o sentimento de ter sido lesado.

Recesso

Coritiba e Atlético colhem nas rodadas iniciais do Brasileiro o que plantaram ao longo da temporada. O Coxa tratou o Paranaense como parte da montagem da equipe. Sofreu com isso, mas teve um parâmetro muito melhor do que fazer amistosos e jogos-treinos contra laranjas mecânicas. No Atlético, a marcada de posição contra o Estadual passou da dose e agora cobra a sua conta. O time carrega erros desde a Série B. Meio turno no Paranaense bastaria para ver que eles ainda existiam e corrigi-los. Agora, o Atlético para no mesmo estágio de quem está na peleia desde janeiro: vai usar as três semanas de recesso para arrumar a casa.

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