• Carregando...

A semana do Atletiba começa com gosto de ressaca. Os resultados de domingo deixaram dos dois lados muita dor de cabeça e promessas de nunca mais repetir os erros da véspera. O Atlético ainda terá uma dose de Sul-Americana pela frente, enquanto Marcelo Oliveira passará a semana fermentando os miolos para encontrar um substituto para Leandro Donizete e uma solução para a lateral direita.

Se tivesse acontecido domingo passado, o Atletiba teria os dois rivais frente a frente no seu melhor momento dentro do Brasileiro. Como é só no próximo sábado e os dois times fizeram o favor de enroscar nos dois últimos colocados, a realidade é que quase temos um Atletiba no ápice dos dois clubes no Nacional.

É impressionante como o quase persegue a dupla. Daria até para buscar exemplos em anos anteriores, mas os de 2011 já bastam. O Coritiba, verdadeiramente mágico no primeiro semestre, quase coroou a campanha histórica com o título da Copa do Brasil. Depois, quase venceu alguns jogos do Brasileiro, até que a torcida quase tocou Marcelo Oliveira a vassouradas do Alto da Glória. A ordem foi restabelecida, o Coxa venceu dois jogos e... quase decolou para colar na zona da Libertadores.

Os "quase" do Atlético este ano são mais melancólicos. Quase foi semifinalista da Copa do Brasil, quase forçou a final do Paranaense (bem, esse não foi tão quase), quase contratou alguns treinadores, quase trouxe Martinuccio. E quando a torcida estava quase enfartando, Renato Gaúcho chegou para tirar o time da UTI e... quase deixá-lo duas rodadas fora da zona de rebaixamento.

Clássicos são jogos especiais e para alguns poucos vale a teoria de que são campeonatos à parte. O Atletiba integra este grupo seleto e é perfeitamente normal que determinadas temporadas sejam salvas pelo retrospecto diante do maior rival. O problema é que superar o rival tem sido o único troféu anual de Coritiba e Atlético.

Lembro de 2009, quando a torcida coxa-branca comemorou fervorosamente o 4 a 2 na Arena e o 3 a 2 do Brasileiro no Couto, para fechar o ano rebaixado. O atleticano que ficou com um sorriso no canto da boca pela lembrança deveria pensar duas vezes e olhar para a própria realidade. Uma eventual vitória no domingo até merece celebração por quebrar o longo jejum contra o rival, mas não significará a solução de todos os problemas do Atlético. Se o Coritiba vencer, ampliar a invencibilidade com a terceira carimbada no rival na temporada também merece festa, mas não fará do Coxa favorito a vaga na Liber­tadores. Ganhar o clássico deve ser o começo, não o fim.

Adoraria começar a semana do clássico com um texto mais bem-humorado, mas futebol de segunda linha é dose. Dá mais dor de cabeça que uísque paraguaio. Assim, melhor ser coerente com a dupla Atletiba e deixar o otimismo, por enquanto, no quase.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]