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A quarta vitória consecutiva no ano pôs o Paraná no caminho da fuga do re­­bai­­­­xamento estadual. O time que aí está, mesmo sem ser brilhante (vide contra o Rio Bran­­co), permanecerá na Primeira Di­­vi­­são nem que seja por inércia. Não há, contudo, motivo para come­­mo­­rar. Para Coritiba, Atlético e Paraná, flertar com o descenso em um campeonato de times temporários já é motivo de vergonha.

É por aí que todos no Paraná – da diretoria ao torcedor – devem balizar a avaliação da recuperação da equipe. O elenco que está hoje na Vila Capanema serve apenas para evitar o rebaixamento. Não se deve criar a ilusão de que com essa roupa o Tricolor estará bem vestido para a Série B. Este erro foi co­­me­­tido nos últimos anos, em que espasmos de bom futebol no Es­­ta­­dual criaram a ilusão de que havia um time pronto para subir.

A história recente mostra que não. Desde que voltou à Série B, em 2008, o Paraná nunca terminou o torneio com o mesmo time que co­­meçou. Esse dado não deve ser desprezado.

Paratiba

Um turno depois, Coritiba e Paraná se reencontram. Não repito a análise da partida de janeiro, quando disse que mesmo uma vitória apertada soaria a vexame para o Coxa – que, aliás, saiu cabisbaixo do gramado paranista com nove jogadores e agradecendo aos céus por não permitir a virada. Hoje o Para­­ná tem um time competitivo, ca­­paz de sonhar com uma vitória so­­bre o rival mesmo 11 a 11 e com o gramado seco.

O azar tricolor é que o Coritiba ho­­je está bem melhor do que 11 rodadas atrás. Lembra cada vez mais o time que escolhia a hora de vencer na Série B. Drama mesmo no Alto da Glória deve ser olhar para a En­­ge­­nheiros Rebouças e ver tal confusão nas suas duas pontas. Com os rivais ainda em montagem, perde-se os dois únicos referenciais técnicos para as disputas nacionais. A di­­ficuldade de atleticanos e paranistas em armar um time confiável afeta também os coxas.

Saideira

Acompanhei com curiosidade o episódio envolvendo jogadores do Paraná em um bar de Curitiba, do­­mingo à noite. Acho graça da reação média da imprensa. Parte condena qualquer movimentação no­­turna da boleiragem como se fosse crime hediondo, parte toma as dores dos clubes como se dar qualquer notícia potencialmente ruim fosse para de­­sestabilizar o am­­biente. Erram os dois grupos.

O primeiro, por ignorar que jor­­na­­lista também gosta da vida no­­tur­­na – aliás, encontra-se mais jornalistas no tal bar do que em qualquer reunião do sindicato por melhores salários. O segundo, por ignorar que o compromisso do jornalista é com a informação. Se ela é boa ou ruim, problema do noticiado, não de quem noticia.

Jogador de futebol tem tanto di­­reito de se divertir quanto qualquer profissional. Enquanto a di­­versão não atrapalha seus compromissos com o clube, nem vira caso de polícia, problema dele. Se ultrapassa essa linha, aí é notícia.

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