• Carregando...

Bastaram seis minutos em campo para Kelvin ganhar ares de novo Messias tricolor. A estreia em Guaratin­­guetá, com direito a um belo gol, foi melhor que o desempenho de boa parte dos jogadores do Paraná em 2010. Mas por enquanto ele é apenas um garoto de 17 anos que tem talento com a bola nos pés e que ainda precisa de um tempo para mostrar se realmente se tornará um grande jogador.

A única certeza que há em torno de Kelvin é de como a médio prazo a parceria com a Base não compensa para o clube. Pois por mais que Kelvin jogue bola e se valorize, apenas metade do lucro ficará na Vila. Isso enquanto os 50% seguirem nas mãos do Tri­­color. Um Kelvin bastará para pa­­gar o investimento no Ninho da Gralha. Os outros Kelvins serão lucro líquido para os parceiros. Uma conta que nunca fechará plenamente no azul para quem interessa, o Paraná.

Talvez por mostrar isso que incomodem tanto reportagens como a publicada nesta Gazeta do Povo, mostrando de forma crua a situação da potencial promessa tricolor, sem se render ao caminho fácil do oba-oba, do aplaudir à es­­­pera de um aplauso em troca.

E que ninguém venha de falso puritanismo diante do termo mercadoria, lamentavelmente a ma­­nei­­ra como estes garotos são tratados no meio do futebol. Desde as divisões de base, onde são chamados de 93, 94 e 95, em referência ao ano de nascimento, como se fossem carros recém-saídos da linha de montagem, até as reuniões en­­tre dirigentes e empresários, negociando porcentuais como se tratassem de ações da bolsa, não de pessoas.

Mais alentador seria se a manifestação oficial do clube fosse ga­­rantindo que Kelvin não sairá do Paraná pelos próximos três anos, pois há um projeto bem definido para que ele se desenvolva e ganhe títulos pelo clube. Infelizmente, Aquilino não pode prometer isso. Precisa pagar a conta gorda deixada pelos seus antecessores.

Resultado direto de maus negócios. Seja a folclórica venda de 107% dos direitos de Ilan, seja o re­­passe de metade de Thiago Neves à L.A. Sports em troca de alimentação para as categorias de base. Mes­­mo com tantas barbeiragens, o des­­tino ainda coloca mais um Kel­­vin no caminho do Paraná. Que este seja bem aproveitado.

Rodada

Henrique é outro bom menino da Vila. Tem personalidade, insiste até acertar e foi premiado com um belo gol contra o Brasiliense. O Pa­­raná tem base e técnico para começar bem 2011.

Faltou paciência ao Coxa para tocar a bola e irritar o Sport no primeiro tempo. Levou dois gols em pênaltis evitáveis e entre eles teve um gol mal anulado. Mereceu perder, mas segue rumo ao acesso.

Depois de vitórias e não vitórias tão sofridas, o Atlético premiava sua torcida com uma noite de paz e alegria. Até Sérgio Soares mexer mal e por em risco o triunfo sobre o Goiás. Menos mal, o 2 a 1 mostrou que a Libertadores está logo ali.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]