Enderson Moreira sempre foi considerado um dos melhores profissionais de base do futebol brasileiro. Foi com esse status que ele passou pelo Atlético em 2009, trazido por Ricardo Drubscky. Também trabalhou no Cruzeiro e no Internacional, duas outras referências na formação de jogadores. No mundo dos meninos, Enderson Moreira é incomparável.

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No Atlético, Enderson Moreira terá mais uma chance de mostrar que pode ser tão bom quanto no mundo dos homens. Nem levo em conta a passagem de 13 jogos pelo Fluminense. Ali, independentemente do que fizesse, ele seria despachado para que Abel Braga assumisse. O Ipatinga, em 2008, foi um parêntese na carreira da base. E, poxa vida, é o Ipatinga.

Enderson Moreira tem três trabalhos de fato no profissional: Goiás, Grêmio e Santos. A passagem pelo Goiás foi exemplar. Ganhou dois estaduais, subiu para a Série A, ficou até a última rodada de 2012 com uma mão na vaga para a Libertadores. Trouxe bons garotos para o time principal do Goiás – Thiago Mendes é o principal exemplo.

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A carreira que parecia decolar, simplesmente embicou para baixo. Os trabalhos no Grêmio e no Santos foram marcados por atritos com os jovens, aqueles com quem, em tese, Enderson teria mais traquejo. No Grêmio, o pouco aproveitamento da base irritou dirigentes e fez Felipão, quando assumiu, parecer um entusiasta do uso de jovens.

No Santos, Enderson demonstrou pouco tato na relação com alguns garotos, em especial o zagueiro Gustavo Henrique, com quem o Peixe espera engordar o seu raquítico caixa.

Sua saída foi comemorada pelos jogadores santistas – que fizeram questão de vazar para a imprensa os detalhes da animada celebração no WhatsApp. Fora isso, Enderson fez inúmeros elogios ao seu trabalho no Grêmio e nunca fez muita conta antes de apontar erros na administração santista.

Agora, vamos transferir isso para o Atlético. Enderson irá trabalhar com inúmeros garotos no CT do Caju. Alguns que, certamente, têm a certeza de jogar mais do que realmente jogam. Impressão distorcida pelos seus pais, empresários ou mesmo pelo próprio clube. Uma regra no futebol brasileiro. Também estará em contato diário com uma diretoria pouco afeita ao debate de ideias.

Enderson terá de lidar com esse pacote. Saber que se na base o técnico é visto como a autoridade máxima, no profissional sempre há um jogador mais velho disposto a tomar as dores do menino que leve uma dura mais contundente do chefe. Aprender o caminho para mostrar ao dirigente que ele está errado e fazer com que a ideia correta pareça ter saído da cabeça do cartola. Se os tombos no Grêmio e no Santos ensinaram a Enderson a diferença entre trabalhar com homens e meninos, o Atlético contratou um ótimo treinador.

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