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A apatia já conhecida, a desatenção de quem parece estar em uma pelada de fim de ano, mais uma derrota. O roteiro do Coritiba ontem, em Sete Lagoas, foi o mesmo da maioria das partidas do clube como visitante. O 2 a 1 para o Atlético-MG reduziu a pó as chances de chegar à Libertadores que o Coxa foi deixando pelo caminho, a cada tropeço longe da torcida. O balanço do ano é extremamente positivo, mas 2012 só será melhor se Marcelo Oliveira encontrar uma maneira de fazer o time não cair tanto de rendimento quando sai do Couto Pereira.

Cruzeiro x Atlético, parte III

O Atlético já viajou duas vezes a Minas Gerais para jogar uma decisão contra o Cruzeiro. Na primeira, em 1999, o clube era a personificação do novo. A Arena, com seis meses de existência, cheirava a concreto fresco e o CT do Caju começava a chamar a atenção da mídia na­­cional como estrutura-mo­­delo para formar jogadores. Era o Atlético de Flávio, Lucas, Adria­­no Gabiru, Kelly e Kléber (na­­quela época ninguém sabia que ele era da família Pereira). O Fu­­racão perdeu para o Cruzeiro, mas voltou com a ta­­ça e classificado para a Liber­­tadores do ano seguinte, a primeira da sua história.

A segunda foi em 2002, final da Copa Sul-Minas. O Atlético já era campeão brasileiro e lá estavam novamente Alex Mineiro, Nem, Kleberson, Gustavo, entre outros. Era o confronto entre dois clubes considerados modelos de gestão e estrutura. O Atlético perdeu novamente e o título ficou com o Cru­­zei­­ro. Era a despedida de Sorín e o argentino fez o único gol, foi uma festa azul e branca.

A terceira decisão, o tira-teima, tem bem menos glamour. O Mi­­nei­­rão, em reforma para a Copa, dá lugar à acanhada Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. E o que estará em disputa é a sobrevivência na Pri­­mei­­ra Divisão do Bra­­sileiro. Ao contrário dos dois encontros anteriores, este não é definitivo, ainda haverá duas rodadas pela frente. Mas o que ocorrer domingo pode ser irreversível. Uma vitória e o Atlé­­tico tem chance matemática de escapar do rebaixamento na penúltima rodada. Uma derrota e o descenso será quase inevitável. Empate? Só servirá para ampliar a agonia.

A perda abrupta de status dos confrontos coincide com o fim desgastado de longos períodos com o mesmo dirigente à frente das equipes. O Rubro-Negro vinha patinando já no fim do petraglismo e mesmo com a sua saída completando quase três anos, não dá para esquecer que quem dirige o clube hoje foi indicado e apoiado por Petraglia – a ruptura veio mais tarde. Na Ra­­posa, a família Perrella retira-se no fim deste ano, na melhor das hipóteses arranhada pelo risco tremendo de queda. E também deixa um sucessor da sua ala na presidência.

Se as decisões de 1999 e 2002 valeram taça, é a deste domingo que tem mais potencial de moldar o futuro dos dois clubes.

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