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A exibição de Marta contra os Estados Unidos foi uma das maiores atuações individuais por uma seleção nacional. Incluindo homens e mulheres.

O repertório de dribles de Marta é raro no futebol atual. Meia-lua, giros, chapéu, passes precisos, jogadas que, nos últimos tempos, só Zidane, no Brasil x França da Copa-06, conseguiu fazer numa única partida.

Tamanho talento da nossa camisa 10 desperta uma pergunta inevitável: Marta teria lugar em um time masculino? Pelo talento, o sim é inevitável e incontestável. Com todo o respeito que Ricardinho, Éverton, Netinho e Ramón merecem, Ela (com maiúscula mesmo, versão feminina do Ele que Nelson Rodrigues reservava a Pelé) joga mais que todos eles. E que os demais camisas 10 à solta pelo país.

A dúvida maior, contudo, é quanto à parte física. Um colega aqui da redação disse que um tranco igual ao que o Coelho deu no Kerlon "desmontaria" a Marta. As divididas, de fato, seriam um problema para Ela – embora Ela tenha forjado seu repertório de dribles em meio aos pontapés que recebia dos moleques nas peladas de Alagoas. A resistência física também poderia transformar Ela em "mais uma" no meio dos marmanjos.

Porém, o simples fato de termos um talento tão reluzente a ponto de desejarmos vê-la defendendo os nossos times já é motivo de orgulho. Se bem que o ideal mesmo seria ver Ela, Pretinha, Cristiane, Renata Costa, Daniela vestindo de fato o uniforme dos nossos clubes, mas em equipes femininas, dentro de um campeonato organizado e valorizado. Por enquanto, um sonho. Tomara que só até a final de hoje, com a Alemanha.

Bom senso

Na quarta-feira, escrevi aqui que o Paraná precisava tirar de novembro a sua eleição, sob pena de a agitação política contaminar a bola. Pois a solução encontrada pela diretoria tricolor foi melhor do que qualquer sugestão. Uma alteração mais eficiente do que qualquer uma das quatro que Lori Sandri foi obrigado a fazer para o jogo de hoje, com o Fluminense.

O presidente José Carlos de Miranda comprometeu-se a não participar do processo eleitoral. Entregou a presidência para o grupo dissidente, em troca de tranqüilidade e união para livrar o clube do rebaixamento. Na mosca. Afinal, o único "prejudicado", José Domingos, candidato preferido do professor, tem maturidade suficiente para colocar sua paixão pelo Paraná acima da simples vaidade de dirigir o clube. Inteligente, sabe que é muito melhor ser vice de um time de primeira divisão do que presidente de uma equipe da Segundona.

Inacreditável

Sexta-feira é dia de pescoção em uma porção de jornais mundo afora. Aqui na Gazeta não é diferente. Pois o fechamento adiantado da edição de domingo foi solenemente interrompido pela inacreditável série de quatro penalidades cobrada por Anderson Lima no jogo entre Coritiba e Ipatinga. Seqüência que nasceu de um pênalti para lá de duvidoso, é bom que se frise. Mas que foi mantida corretamente pelo auxiliar Claudemir Mafessoni. O goleiro se adiantou, ele cumpriu a regra e mandou voltar. Se estivesse de má-fé, teria validado quando Anderson Lima converteu o rebote da terceira cobrança. Teste cardíaco, aula-relâmpago de arbitragem e motivo de insônia para Rogério Ceni, que desde já deve estar rezando para não encontrar o Mafessoni pela frente.

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