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O Corinthians Paranaense estipulou em R$ 50 o in­­gresso para o jogo de amanhã, contra o Atlé­­tico. Uma "onça" para acomodar-se em um assento descoberto, de plástico, sujeito a tomar uma chuva de verão na cabeça, e ver 90 mi­­nutos de um time que voltou das férias semana retrasada contra outro que treina há três meses, pois praticamente só existe para jogar o Estadual. Nem a bela vista do Par­­que Barigui compensa. Cla­­ro, tem a opção de vestir uma camisa do Corinthians Paulista e pagar metade do preço.

O episódio só evidencia como o Timãozinho é cada vez menos relevante para o futebol paranaense. Pro­­cesso acentuado pelas sucessivas metamorfoses do time. Re­­posicionamento de mercado, di­­riam os especialistas em business. Embora como marketing seja quase um "anticase".

Nasceu como um simpático time de pelada em família que re­­­solveu entrar no futebol profissional; transformou-se na anódina seção esportiva de uma grande corporação empresarial; acabou co­­mo um bode na sala de estar, a incômoda lembrança de que há alguém disposto a lucrar com o baixo alcance dos clubes do estado, ao invés de reverter o problema. Pelo caminho, perdeu a pouca simpatia que atraiu e falhou ao tentar chamar a atenção dos muitos co­­rin­­tianos de Curitiba.

Há alguns meses, um colega de trabalho, curioso por saber mais sobre o time que mandou Jucilei para o Corinthians, perguntou quem mais o Timãozinho – e seus antecessores – havia lançado. Estufei o peito, tomei um fôlego e... não consegui falar um nome de peso sequer. O clube notabilizou-se por reciclar refugos pinçados em outras equipes e negociar poucos jogadores para o segundo escalão europeu.

Apesar da simpática assessora Ruth Précoma e da louvável e rara política de pagar salário em dia, a existência do Timãozinho nada acrescenta ao futebol local. A baixíssima média de público mostra que as pessoas já deram o veredicto. A ausência de outras grandes revelações aponta que o mundo da bola também. Talvez seja hora de arrancar o bode da sala de estar.

O simples

O Coritiba foi o único grande a vencer porque Marcelo Oliveira fez o simples. Pegou a base do ano passado, acrescentou três jogadores, pôs o time a treinar e repetiu a escalação contra o Operário. Quem fi­­cou já sabia o que fazer e quem aca­­bou de chegar não teve dificuldade em se encaixar. E assim anulou-se a diferença física entre um time que acabou de voltar das fé­­rias e outro que virou o ano trei­­nan­­do. O Paraná não teve base, ao Atlético faltou repetir o time que treinou. Não há grande segredo no resultado de estreia do trio de ferro.

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