Torcedor atleticano que pretende ir à Arena hoje, cuidado com o lado para onde as crianças vão olhar. Ali pela região do banco de reservas do visitante, uma assombração irá causar arrepios e trazer à tona lembranças ruins para os rubro-negros.
Mário Sérgio está de volta à Baixada. Felizmente para os atleticanos que tanto sofreram com suas mudanças esquisitas e improvisações de qualidade duvidosa que culminaram no "ssshhh" que foi parar recentemente em outdoors da cidade , do lado inimigo, como técnico do Botafogo.
Não vi Mário Sérgio jogar. Ao menos não profissionalmente. A única referência visual que tenho dele em campo é pela seleção brasileira de masters, aquela do Luciano do Valle. Mas pelo que li e ouvi e não há por que duvidar , Mário foi craque. Fazia o diabo com a perna esquerda. E desde sempre primou pela qualidade de falar o que pensa, sem se preocupar com a opinião alheia. Sua qualidade mais admirável até hoje.
Acompanhei mais de perto o Mário comentarista. Era, na virada dos anos 80 para os 90, o que Tostão é hoje em dia na crônica esportiva. Um visão diferenciada do futebol, defensor da arte com a bola no pé, combatente dos brucutus.
Tudo o que Mário não foi e não é como técnico. Seus times jogam feio, marcam duro, dão botinada, são pragmáticos até a medula. Foi ele o "pai" de Zé Elias, o príncipe dos pontapés da história recente do futebol brasileiro Dinho, o ex-gremista, é o rei eterno do coicebol. Felizmente Mário nunca foi campeão. Caso contrário, não faltaria gente para defender seu estilo truculento de armar um time de futebol.
Portanto, fica o recado para hoje à noite: Ferreira, evite prender demais a bola; Netinho, vista uma caneleira reforçada; Marcelo Ramos, seja mais ágil do que nunca na finalização. Com Mário no banco, o couro come.
Na bola
Falei tanto de Mário Sérgio que acabei deixando os times de lado. O Atlético tem uma chance de ouro de manter o aproveitamento total em casa desde a chegada de Ney Franco. O Botafogo é um time moralmente destruído pela derrota para o River Plate e, principalmente, o discurso burro e populista do seu diretor Carlos Augusto Montenegro. Se o medonho Goiás fez três no Fogão no Maracanã, imagine o que o Rubro-Negro, tecnicamente um degrau acima dos goianos, não pode fazer com a Baixada lotada.
O único calo continua sendo a zaga. Neste tema, fecho com o que o Sicupira disse há alguns meses na Banda B. O Atlético levava gol em falha da zaga com Danilo e Paulo André, com Danilo e João Leonardo, com Danilo e não sei mais quem. Será que não é hora de tirar o tal do Danilo?
Só acredito vendo
Muito oportuna a promessa da CBF, no calor do vice-campeonato mundial, prometer uma Copa do Brasil de futebol feminino. Torneio curto, barato, perfeito para matar a fome momentânea de bola e oganização das meninas. Tem a maior cara de que, depois da entrega da taça, tudo voltará a ser como é hoje. Até que as garotas brilhem mais uma vez em campo e a cartolagem se coce para dar mais uma esmola sem valor.
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