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Há uma guerra em curso dentro da torcida organizada do Coritiba. Briga por poder. Quente no faroeste virtual, mas já com dois episódios recentes no mundo real – uma agressão na viagem de volta de Londrina e uma briga um pouco maior, que precisou ser dispersada pela polícia, na Rua Mauá, antes do jogo de domingo passado.

Até o momento, o Coritiba não veio a público se manifestar sobre o episódio, o que permite concluir que não está fazendo nada a respeito. Erra ao fazer isso. Comete uma omissão perigosa.

A Império está dentro do Conselho Deliberativo do Coritiba. Ao repórter Carlos Eduardo Vicelli, o presidente do órgão, Pierpaolo Petruzziello, disse em janeiro que 20% dos 160 conselheiros da chapa vencedora da eleição estão nos quadros da organizada. Volume suficiente para desequilibrar qualquer votação dentro do Conselhão alviverde.

A própria eleição de Rogério Bacellar deve-se muito à Império. Uma dissidência da organizada fez campanha para ele. Mobilizou-se para votar – e estimular a votação – em dezembro contra Vilson Ribeiro de Andrade. Mesmo indo na contramão do presidente da torcida, Reimackler Graboski, apoiador declarado de Vilson.

O risco de o Coritiba tratar a briga da Império como um problema “deles”, não “nosso”, é a briga entrar no estádio. Basta o clube olhar para o rival.

Uma briga dentro da própria torcida do Atlético, no Atletiba do returno do Brasileiro de 2013, fez o clube perder mando de campo. Foi obrigado a jogar em Joinville, onde o confronto entre os seus e os vascaínos obrigou o Atlético a fazer cinco jogos longe de Curitiba e outros quatro de portões fechados. Fora prejuízo à imagem e outros danos que o Coritiba – por causa da própria Império – sabe bem quais são.

Ao se abraçar com a Império para a eleição, a atual direção do Coritiba trouxe para si um caminhão de votos – e também a festa da arquibancada. Mas o pacote inclui também as mazelas da organizada, que não podem ser esquecidas pelo clube.

Oposição difusa

Nos últimos dias, ouvi um expoente da oposição do Atlético dizer que todas as correntes são bem-vindas, “menos o pessoal do Marcos Malucelli”. Outro desautorizou a condição que João Augusto Fleury atribuiu a si próprio de articulador da oposição. Se alguém quiser desafiar Petraglia (ou seu indicado) no fim do ano precisa: 1) Ter em volta de si absolutamente todos no clube que discordarem de MCP; 2) Estar pronto para uma bateria pesada de críticas e ataques – especialmente virtuais. Por isso, aliás, é mais do que compreensível que só se fala em lançar candidato à oposição em outubro, com “apenas” dois meses de pedrada para aguentar.

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